Ambulantes de Santos relatam dificuldades durante pandemia: 'Lutamos para sobreviver'; VÍDEO

Equipe de A Tribuna conversou com comerciantes do Centro da cidade; Prefeitura se posiciona sobre queixas

Por: Thiago D'Almeida  -  31/05/21  -  07:05
   Ambulantes de Santos relatam dificuldades por fechamentos do comércio e insegurança por futuro
Ambulantes de Santos relatam dificuldades por fechamentos do comércio e insegurança por futuro   Foto: Thiago D'Almeida/AT

A pandemia do coronavírus gerou consequências que impactaram diretamente no comércio mundial e, evidentemente, os vendedores ambulantes também sentiram seus reflexos. Com esse cenário, além do ‘alerta’ para a possibilidade de uma “terceira onda” de contaminação na Baixada Santista, a equipe de A Tribuna foi até o Centro de Santos e entrevistou profissionais que dependem diretamente de suas barracas para garantir o sustento de suas famílias. Nos relatos, a predominância é do sentimento de insegurança pela crise sanitária e econômica. Confira na videorreportagem abaixo.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!



O comerciante Gerson José de Jesus Junior, de 44 anos, é comerciante no Centro há quatro anos. Ele comentou sobre as diferenças do cenário após o início da pandemia.


“Já estava ruim, mas ficou péssimo de lá pra cá. Ficamos parados por cinco meses na ‘primeira onda’, quando algumas pessoas precisaram até pedir cestas básicas”, lembra o ambulante. “Está ruim para todas as categorias, estamos lutando para sobreviver e ainda ‘trazem’ um monte de contas e impostos. Vamos ver até onde conseguimos aguentar. Precisamos esperar e ter fé”.


   Comerciante afirma que categoria 'luta para sobreviver' em meio à pandemia
Comerciante afirma que categoria 'luta para sobreviver' em meio à pandemia   Foto: Thiago D'Almeida/AT

O comerciante afirmou também que as cestas básicas foram doadas pela Prefeitura de Santos, mas que, segundo ele, não foram o suficiente.


Por sua vez, a comerciante Andrea de Souza Nogueira, de 49 anos, fez um desabafo e afirmou que tinha seis barracas no Centro da cidade antes da pandemia, mas que conta com apenas duas delas hoje em dia. “O comércio [em geral] abriu [na retomada], mas nós não, fomos um dos últimos”, lembra. “Não sei o que vai acontecer [no futuro]. Estamos preocupados com a possibilidade de um novo fechamento. Só podemos rezar”.


Jucielmo de Oliveira, de 48 anos, disse que o momento não é fácil. “Estamos com as contas atrasadas, não tivemos ajuda alguma. Espero que não feche mais, pois precisamos pagá-las”, explica. “O movimento caiu muito, a cidade está vazia. Estamos ‘levando’, devagarzinho, já que só temos isso mesmo [como fonte de renda]”.


Hoje comerciante, Antônio Fernando Parisi, de 61 anos, entrou para o ramo após ficar desempregado, fato que aconteceu em setembro do ano passado. O ‘recém-chegado’ no meio contou um pouco de sua história. “A falta de dinheiro e o desemprego para pessoas como eu, que vieram trabalhar em ‘barraquinhas’, impactou muito”, diz. “Trabalhamos para pagar as despesas, mais nada, estamos aqui ‘trocando figurinha’”.


   Desemprego levou Antônio Fernando Parisi ao comércio ambulante
Desemprego levou Antônio Fernando Parisi ao comércio ambulante   Foto: Thiago D'Almeida/AT

Por fim, Caio Vinicius Fontes, de 22 anos, lembra do período mais conturbado, mas confia em uma melhora para os negócios no futuro. “Infelizmente, no decorrer da pandemia, o Centro ficou mais parado, deu uma ‘diminuída’ no movimento e as contas ficaram atrasadas. Vamos prosperar agora, com fé em Deus, [acreditando] no retorno ao normal aos poucos”, finaliza.


A reportagem de A Tribuna procurou a Prefeitura de Santos para uma resposta sobre os questionamentos feitos pelos vendedores ambulantes que foram relatados nesta videorreportagem. Confira, abaixo, a resposta na íntegra:


Desde o início da pandemia, a Prefeitura implementa ações e programas para minimizar os impactos causados pela necessidade das medidas restritivas em atividades econômicas, entre elas o comércio ambulante. No ano passado, o Município ofertou auxílio-emergencial de duas parcelas de R$ 1 mil para os ambulantes de praia. Além disso, distribuiu cestas básicas para esses e outros trabalhadores prejudicados pelas medidas restritivas adotadas na Cidade. Também houve parcelamento de dívidas de impostos e taxas municipais, e adiamento dedos prazos para pagamentos de tributos.


Neste ano, para amenizar o impacto da crise econômica causada pela COVID-19 ao setor produtivo, a Prefeitura obteve a aprovação, pela Câmara Municipal, de um projeto que inclui várias medidas, como isenção e remissão de tributos referentes a 2021 para empresas em geral, inclusive as micro e pequenas, e também para profissionais autônomos de 115 atividades econômicas – entre elas, o comércio ambulante. Mais informações dos benefícios estão disponíveis no site da Prefeitura.


Outra medida que beneficia os ambulantes é o Capacita Santos - Projeto de Qualificação profissional Capacita Santos, de caráter social e educativo, implementado pela Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur), visando proporcionar qualificação profissional e aperfeiçoamento no empreendedorismo no Município de Santos. Os beneficiários que participam dos cursos recebem bolsa-auxílio de R$ 300,00. As informações de como participar estão também disponíveis no site da Prefeitura.


Logo A Tribuna
Newsletter