Prova de vida digital do INSS deve evitar fraudes na Baixada Santista

Reconhecimento facial pela internet será desenvolvido a partir de agosto

Por: Rosana Rife & Da Redação &  -  27/07/20  -  11:37
Diversos aplicativos utilizam a mesma técnica que o INSS busca implantar
Diversos aplicativos utilizam a mesma técnica que o INSS busca implantar   Foto: Matheus Tagé/AT

Aposentados e pensionistas deverão fazer, em breve, a prova de vida digital, utilizando o reconhecimento facial pelo celular. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desenvolverá um projeto piloto a partir de agosto. Ainda não há detalhes sobre essa implementação.


Dessa forma, cerca de 31 milhões de segurados não precisarão ir ao banco fazer o recadastramento anual para comprovar que estão vivos e garantir que o benefício continue sendo pago pela Previdência Social.


“O reconhecimento facial é uma tecnologia capaz de identificar pontos biométricos no nosso rosto, por meio de uma foto e fazendo a comparação de distanciamento entre esses pontos.A partir disso, cria-se um hash, que nada mais é do que um código matemático baseado nas informações para gerar um número único que corresponde a cada pessoa”, explica Marcelo Zanelatto, diretor de tecnologia da Acesso Digital, empresa especializada em soluções digitais.


O QUE FAZER


Os testes devem ser feitos com cerca de 550 mil segurados no País. Não foi informado de quais localidades eles são. O objetivo da medida é trazer segurança para o sistema previdenciário brasileiro.


Na avaliação do coordenador acadêmico do MBA em Cibersegurança da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), Marcelo Lau, a prova de vida digital, por meio da biometria facial, pode ser um meio eficiente para evitar fraudes.


“A biometria é mais eficaz do que a prova de vida tradicional. Podemos pegar como exemplo o auxílio emergencial pago pela Caixa durante essa pandemia. Houve pessoas cometendo fraudes, utilizando dados de outros. Acho que é uma medida de segurança que deve e precisa ser implementada para garantir proteção social para todos”.


Segundo os especialistas, para o modelo dar resultado,é necessário obter características suficientes da face que garantam informações confiáveis para a tomada de decisões.


“A nossa tecnologia faz um mapa com mais de 1.024 pontos do rosto da pessoa. Daí, conseguimos pegar mais detalhes da face e criamos um modelo no qual usamos apenas a estrutura óssea do indivíduo. Descartamos pontos superficiais dele, como barba, cabelo, bigode e até cirurgias plásticas”, diz o CEO e fundador da Fullface, empresa especializada no setor, Danny Kabiljo.


SEGURANÇA


A criação de um banco de dados seguro também é destacada como item necessário para uma operação adequada por parte do INSS. Aproveitar informações em bancos de dados do Governo já existentes, como a versão digital da CNH ou do RG, poderia ser uma opção.


“Se as imagens tiverem qualidade suficiente para se fazer uma biometria, é algo factível. Mas se faz necessária uma imagem que tenha um mínimo de qualidade”, acrescenta Kabiljo.


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