Mudanças marcam trajetória de crescimento de Praia Grande

Infraestrutura e serviços avançam na cidade

Por: Thiago D'Almeida  -  19/01/22  -  13:52
Orla da praia, um dos principais cartões-postais da cidade, vem passando por grande remodelação nos útimos anos
Orla da praia, um dos principais cartões-postais da cidade, vem passando por grande remodelação nos útimos anos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Praia Grande chega aos 55 anos de emancipação política-administrativa como uma das principais cidades da Baixada Santista e colecionando resultados que a colocam cada vez mais em posição de destaque.


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De acordo com dados de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Município conta com 336.454 moradores – 5.609 a mais em relação a 2020. É a terceira maior população da região, só atrás de Santos e São Vicente.


Atualmente, quem olha para a Cidade vê o desenvolvimento de área da Segurança Pública, que conta com um moderno aparato tecnológico alicerçado no monitoramento por câmeras, a Saúde recebendo investimentos de forma constante e pontos turísticos que atraem visitantes em diversas épocas do ano.


Para a prefeita Raquel Chini (PSDB), o crescimento é fruto de um trabalho de décadas. “Houve muito trabalho, em especial, desde o primeiro mandato do Alberto Mourão (ex-prefeito de Praia Grande por cinco mandatos). Em equipe, desenhamos esses projetos, indo desde a drenagem e passando por obras e uso de solo, entre outros pontos”.


Qualidade de vida

E para o futuro? Raquel cita que a Cidade “cresce em todos os sentidos” e, apenas em moradores, há uma média de seis mil novos por ano, exigindo preparação intensa para essa demanda.


“Não é só recebê-los (novos moradores). É recebê-los e seguir oferecendo qualidade de vida também aos que estão aqui. É preciso constantemente ampliar a infraestrutura em todas as áreas, seja Educação, Saúde, Esporte, atração de empresas, social. É um aperfeiçoamento constante, tanto de estrutura física como de atendimento cada vez mais humanizado”.


História

Aos mais novos, vale ressaltar que caminho percorrido por Praia Grande até o atual momento não aconteceu da noite para o dia e teve no processo de emancipação um momento decisivo. Até 1967, Praia Grande era um distrito que pertencia a São Vicente.


Só que, tempos antes, a historiadora Monica Solange Rodrigues e Silva conta que a inauguração da Ponte Pênsil, em 1914, atraiu a atenção do setor imobiliário para a região.


Por sua vez, para os caiçaras que ainda restavam no local – já que muitos perderam a posse por conta da Lei de Terras, estabelecida em 1850 na tentativa de organizar a propriedade individual no País –, os que restavam no local começaram a vender seus terrenos por pequenas quantias.


“Eles não tinham noção de preço, era uma população muito isolada. Começaram a vender os seus sítios, suas terras, que eram grandes”, explica Mônica. “As terras foram loteadas, e os caiçaras acabaram trabalhando para essas pessoas (os compradores)”.


Interesses e resistência

Ela explica também que a elite teve o direito sobre os loteamentos – que depois se tornariam bairros. Contudo, com o passar do tempo, apenas o poder econômico se tornou pouco.


Por sua vez, as pessoas que moravam na Capitania de São Vicente também estavam incomodadas por uma série de problemas em suas rotinas. Com isso, a historiadora elenca três razões que culminaram na emancipação de Praia Grande.


“Essa insatisfação da população com relação a São Vicente, sobre a infraestrutura é um dos pontos. A elite econômica também possui sua participação na emancipação, pois também queria o poder político. E também o fato da Fortaleza de Itaipu estar localizada na área de Praia Grande”, afirma.


Por sua vez, os governantes da cidade vizinha foram contra a ideia, como explica Monica. “Houve muitas disputas com São Vicente. É fato que os vicentinos não queriam perder uma faixa de 24 quilômetros de praia”.


Em 1963, foi realizado um plebiscito, com a população sendo chamada a expor sua vontade por meio do voto. Mas, ainda assim, o objetivo não foi alcançado.


Enfim, em 19 de janeiro de 1967, a emancipação aconteceu. O engenheiro Nicolau Paal foi nomeado interventor federal no Município. Por sua vez, a primeira eleição municipal foi realizada em 15 de novembro de 1968, tendo como prefeito Dorivaldo Loria Junior, o Dozinho, que chefiou o Executivo local por três mandatos.


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