Moradora de Praia Grande acolhe jovem trans e mãe com bebê que foram parar nas ruas após fuga de MG

Ana Paula pede doações para ajudar as duas jovens de 20 e 16 anos e a criança de um ano e quatro meses

Por: ATribuna.com.br  -  31/07/21  -  08:04
Atualizado em 31/07/21 - 13:00
 Família fugiu de Minas Gerais e ficou semanas nas ruas
Família fugiu de Minas Gerais e ficou semanas nas ruas   Foto: Arquivo Pessoal/Ana Paula da Silva

“Moça, você tem uma bolacha para me dar?”. Esta foi a pergunta que chamou atenção de Ana Paula da Silva Marques, de 30 anos, enquanto ela retornava do trabalho para casa na noite de terça-feira (27), em Praia Grande. Ao ouvir o pedido vindo de duas jovens com uma bebê no colo, a atendente de loja explicou que só tinha bolacha na própria casa, para onde as levou. Agora, portanto, Ana pede ajuda com doações ou lugar para encaminhá-las: “O que mais está doendo é que não posso ajudar mais”.


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Em conversa com A Tribuna, a atendente de loja explica que desceu do ônibus em um ponto que não costuma descer e foi lá que recebeu o pedido de ajuda das mulheres em situação de rua. “Eu olhei e falei bem assim: ‘Vocês vão dormir na rua com essa criança?. Aí ela falou: ‘Vamos sim, a gente não tem onde dormir’. Na hora me imaginei ali com minha filha pequena”, destaca Ana Paula.


Desta forma, ela convidou as jovens e a criança para dormir na própria casa: “Aí me contaram a história, que vieram de Minas [Gerais]”. A mãe da criança tem 20 anos e fugiu de onde morava com a bebê de um ano e quatro meses e a prima que é transexual e tem 16 anos. De acordo com a atendente de loja, a família da trans não aceitava a jovem e a mulher de 20 anos fugiu com a filha, pois sua mãe morreu e o pai queria ficar com a casa e pegar a criança.


“Fugiram para São Paulo, ficaram uma semana na rua e vieram para a Baixada”, relata Ana Paula. Segundo ela, as jovens iriam ficar na casa de uma amiga, mas a mãe desta amiga não permitiu que elas dormissem no local. Ao oferecer ajuda, portanto, a atendente de loja não pensou duas vezes. “Me imaginei naquela situação com os meus filhos. Passei muito dificuldade no final para começo deste ano, poderia ser eu. Tenho minha família hoje, amanhã não sei”, ressalta


Segundo Ana Paula, ela ofereceu apoio no dia, porém, não possui condições para continuar com a colaboração. “Minha mãe sempre me ensinou a ajudar, ver aquela criança do tamanho da minha filha, aquilo me doeu e me dói porque as crianças não deveriam sofrer”, enfatiza. Desta forma, a atendente contou a história nas redes sociais e está pedindo doações principalmente de leite, fralda e roupa de frio para a neném.


A mulher já mora com duas filhas de 12 anos e um ano e nove meses: “Eu não tenho mais condições de ficar com eles, o que mais está doendo é que não posso ajudar”. Por isso, Ana Paula conta com apoio de uma comerciante que disponibilizou um funcionário para buscar as doações e segue em busca de um novo abrigo para a família.


“A criança é tão carinhosa, eu luto pelos meus filhos todos os dias. Só queria um lugar pra deixá-las seguras’, finaliza a atendente. Interessados em ajudar nas doações podem entrar em contato com Ana Paula pelo telefone (13) 99213-5163.


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