Morador de Praia Grande vence a depressão ao vender água vestido de garçom: 'Já passei fome'

Márcio de Oliveira, de 48 anos, viu na ideia inovadora uma chance de vencer as dificuldades da vida

Por: Carolina Faccioli  -  22/10/21  -  07:58
 Márcio de Oliveira começou a venda de garrafas de água no dia 12 de outubro.
Márcio de Oliveira começou a venda de garrafas de água no dia 12 de outubro.   Foto: Márcio de Oliveira/Arquivo Pessoal

Em um dos semáforos da Avenida Marcos Freire, bairro Vila Antártica, em Praia Grande, um comerciante tem chamado a atenção vendendo garrafinhas de água vestido de garçom. A ideia é de Márcio Rodrigues de Oliveira, de 48 anos, que viu na iniciativa uma forma de inovar a comercialização do produto e o tirar da depressão.


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Oliveira conta que possuía uma empresa de materiais de construção, mas após passar pela pandemia, uma separação conjugal, depressão e ter dificuldade de encontrar um emprego, decidiu vender bombons com uma rosa no Dia dos Namorados e continuou com a ideia por cinco meses.


No entanto, com a aproximação do verão, buscou uma alternativa diferente, já que sabia que o chocolate iria derreter. Por isso, investiu na venda de garrafas de água neste mês de outubro. No entanto, queria iniciar o negócio de maneira diferente.


"Aí eu falei: mas eu não posso ir no semáforo igual às outras pessoas. Eu preciso fazer um diferencial no marketing e foi assim que superei a depressão. Fui para o YouTube fazer aulas de etiqueta e empreendedorismo. Estou aprendendo muitas coisas".


Parte da estratégia do empresário foi criar um Pix e colocar no produto, tornando mais um diferencial nas vendas. "Eu tenho tido uma recepção muito amorosa, fora do normal. Algumas pessoas chegaram a pagar pela água via Pix, mas não levaram a garrafinha".


O morador de Praia Grande também afirma que deixa quem não tem dinheiro levar a água, já que não quer ver ninguém passando sede. "Essa forma que eu falo de quando a pessoa não tem o dinheiro e leva, não que minhas condições estejam boas, mas continuo lutando para vencer minhas dificuldades. Porém, como eu passei fome, sede e 'virei lixo', tenho que repartir o que tenho. Eu vejo desta forma".


Agora, ele sonha em ter um alvará para vender água como garçom nas praias da região e ser um grande empresário de sucesso. "Também gostaria de suprir minhas necessidades financeiras para ajudar pessoas de rua e que ficam em quadro depressivo por falta de oportunidade de emprego, pela família não acreditar. O que eu mais passei foi ver todo mundo bloquear o WhatsApp, fechar a porta na minha cara, porque quando eu tinha dinheiro era mil maravilhas, mas quando acabou também terminaram todas as simpatias".


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