Um único encontro com a irmã, ainda quando era criança, motiva Natalício de Almeida Soares Firmino a tentar reencontrá-la por mais da metade de sua vida. Com 45 anos, o morador de Praia Grande busca pela irmã por parte de pai desde os 10 anos, quando a conheceu e ganhou a única pista que tem da menina: uma foto com dedicatória. “Nunca desisti de procurar”, relata o homem que viralizou com a história nas redes sociais.
Em entrevista para A Tribuna, o servidor público explica que conheceu a irmã em 1985, na Paróquia Santo Antônio, no Boqueirão – que ele frequentava. “Foi um encontro bem rápido. A gente se cumprimentou ali discretamente, ela me entregou a foto e sentou-se no banco, mas foi embora muito rápido”, explica, dizendo que a menina foi levada à igreja pela mãe dela especialmente para conhecê-lo, logo após a morte do pai.
Na imagem entregue pela menina, havia uma dedicatória a Natalício – hoje, a única pista que ele possui. Na foto, a irmã estava na quadro do colégio onde estudava. "Dou do fundo do meu coração para o meu querido irmão”, dizia o recado, assinado por Célia Cris Martins Firmino em 13 de novembro de 1985.
Curiosidade
Segundo ele, a irmã é cerca de dois anos mais velha e, desde que a conheceu, ele quis saber mais sobre a menina. Porém, não teve informações ou contato, principalmente por ser uma criança. “Acredito que minha mãe se irritou um pouco com a presença delas na igreja”, explica, referindo-se ao encontro dos dois.
A mãe e pai de Natalício eram casados, mas não viviam juntos desde que o filho fez 3 anos. O servidor diz nada saber sobre o relacionamento do pai com a mãe de Célia. “Não tive mais contato porque eu era muito novo, não sabia onde ir ou como procurar”, destaca o homem que chegou a pedir ajuda da mãe, em vão. “Talvez ela tenha as razões dela”.
No entanto, Natalício nunca desistiu e, ao atingir a maioridade, voltou a questionar a família. “Minha mãe não sabia de mais nada. Foi quando eu reencontrei um irmão do meu pai que mora em São Vicente”, conta, relatando que o tio só tinha ouvido falar de um conhecido que Célia havia se mudado para Brasília.
Telefone e internet
Apesar da distância, o morador de Praia Grande seguiu procurando a irmã com as ferramentas que tinha à época. Entrou em contato com algumas linhas telefônicas da Capital Federal, pois não tinha acesso à internet, mas não obteve sucesso. Depois, apostou na internet e a procurou nas redes sociais, como Orkut e Facebook.
“Encontrei várias pessoas com o mesmo nome e sobrenome. Algumas disseram que não eram minha irmã e outras não me retornaram”. Além disso, o servidor se cadastrou em sites de pessoas desaparecidas.
Esperança
Porém, ele se surpreendeu com a repercussão de uma publicação que fez na última semana, em um grupo da Baixada Santista. No post, ele contou a história e recebeu muito apoio, voltando a ficar esperançoso.
“Eu não sei praticamente nada sobre minha irmã: profissão, onde ela mora, não sei se ela não tem condições de ter acesso à internet ou não tem rede social por opção. Há esperança de encontrá-la viva e a gente se conhecer para contar nossas histórias. Quero que ela saiba que nunca deixei de procurá-la, mas na época não consegui”.
Qualquer informação sobre o paradeiro de Célia pode ser compartilhada com Natalício pelo e-mail nataliciodealmeida5@gmail.com.