Hospital Irmã Dulce terá nova administração em 2019

Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) é a maior organização social do Estado

Por: Gabriel Oliveira  -  18/12/18  -  22:05
Vítima foi encaminhada ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, mas morreu horas depois
Vítima foi encaminhada ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, mas morreu horas depois   Foto: Arquivo/AT

Maior organização social de saúde (OS) do Estado, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) assumirá a gestão do Complexo Hospitalar Irmã Dulce, em Praia Grande, em 1º de janeiro.


Assinado em 2008 e renovado uma vez, o contrato com a Fundação do ABC, atual gestora do complexo, termina neste ano. A SPDM venceu a nova seleção pública.


O complexo é composto por Hospital Municipal, Pronto-Socorro, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia e Nefro-PG. São 305 leitos.


Pelos serviços nas quatro unidades, a SPDM receberá R$ 11,330 milhões por mês da Prefeitura. É o mesmo montante atualmente repassado à fundação.


Na licitação, a SPDM apresentou proposta de R$ 12,923 milhões mensais, mas teve de baixar o pedido para assumir o complexo.


“Se não conseguissem (se adequar), chamaríamos o segundo colocado. Eles se adequaram, com uma reestruturação, até na política salarial”, disse o secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Cleber Suckow Nogueira, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (17).


Ele explicou que as ofertas de valor de custeio não entraram na análise técnica da comissão que verificou as propostas das entidades. Ainda segundo o secretário, houve acordo com a OS para que, inicialmente, os funcionários hoje contratados pela Fundação do ABC sejam transferidos para a SPDM.


“Eles se prontificaram a fazer uma absorção por um período de experiência para ver quais funcionários estão comprometidos mesmo com a municipalidade e a população. Pessoas boas possivelmente ficarão. Quanto aos profissionais que não se enquadrarem, caberá à entidade tomar as devidas providências”, declarou Nogueira.


O superintendente da SPDM, Mário Silva Monteiro, ponderou, contudo, que trabalhadores de alguns cargos administrativos não devem ser reaproveitados, pois há funcionários exercendo as mesmas funções na matriz.


Atendimento


Para os pacientes, a mudança que se espera é a melhora no atendimento, conforme o prefeito Alberto Mourão (PSDB). “Nós vamos cobrar resultados”, prometeu. “Ficamos tranquilos porque a SPDM tem uma larga experiência no setor público.”


Em declaração na reunião que antecedeu a entrevista à imprensa, o prefeito admitiu que o hospital perdeu qualidade nos últimos tempos, mas atribuiu a piora ao aumento da demanda, principalmente vinda de outras cidades.


A OS


Com 18 contratos de gestão com o Poder Público no Estado, a SPDM é a maior OS de São Paulo. Criada em 1933 como Fundação da Escola Paulista de Medicina, a entidade está registrada como associação sem fins lucrativos.


Ela esteve entre as investigadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das OSs da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O relatório final aponta irregularidades na atuação da SPDM em equipamentos públicos do Estado.


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