A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), gestora do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, e outras duas empresas foram condenadas a pagar R$ 500 mil de indenização após a contratação de um falso médico para trabalhar na unidade. Ele foi preso em flagrante em junho do ano passado.
A condenação foi divulgada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta quinta-feira (2). A indenização por danos morais é destinada ao Fundo Estadual de Direitos Difusos. A decisão é da 3ª Vara Cível de Praia Grande.
De acordo com o MP, o homem, que se identificou como Henry Cantor Bernal, apresentou documentos falsos e trabalhou no Hospital Irmã Dulce entre agosto de 2019 e junho de 2020, data da prisão em flagrante.
Os autos do processo apontaram que a cópia do diploma entregue pelo indiciado não tinha autenticação, apresentando indícios de tentativa de fraude no reconhecimento de firmas.
Ainda conforme o MP, o falso médico encaminhou uma carteira de habilitação paraguaia em nome diferente do que constava no diploma, fato não observado pela contratante.
O Ministério Público também afirma que a SPDM contratou o falso médico por meio das empresas CAP Serviços Médicos e Unidade Clínica de Ortopedia e Traumatologia (Ucot), citadas na ação.
Para o promotor de Justiça Marlon Machado da Silva Fernandes, ocorreu uma "sucessão de erros grosseiros e o completo descuído" das empresas na exigência, análise e verificação dos documentos apresentados pelo falso médico.
Em nota, a SPDM disse que tomou ciência da decisão, segue monitorando o processo e segue à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.