Pandemia faz comércio se adaptar à internet

Seja agora ou no mundo pós-pandemia, lideranças falam em transformação definitiva

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  05/04/21  -  01:14
Quem não dominava a tecnologia precisou mergulhar no mundo virtual e comércio acompanha mudança
Quem não dominava a tecnologia precisou mergulhar no mundo virtual e comércio acompanha mudança   Foto: Matheus Tagé

A cara do novo comércio, segundo lideranças do setor, será cada vez mais voltada à internet, exigindo adaptação em nome da manutenção dos negócios. Mesmo quando a covid-19 der uma trégua, algo ainda difícil de imaginar neste momento no Brasil, a aposta de lideranças do setor é que os consumidores estarão cada vez mais conectados e fazendo compras on-line.


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Para o presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Mauro Sammarco, não há dúvida de que, assim que houver o arrefecimento da pandemia e houver uma diminuição no risco envolvendo a circulação de pessoas, a população voltará, “talvez num ritmo cauteloso”, a optar por programas de lazer em bares, restaurantes, viagens, atividades de turismo, hospedagem em hotéis, consumo de arte e shows e espetáculos ao vivo.


Contudo, hoje, a pandemia tem motivado inúmeras mudanças nos hábitos de consumo e no comércio. Um dos pilares dessa transformação são as compras on-line e o presidente da ACS nota que, em meio à aceleração digital em curso, o consumidor busca por conveniência baseada em entrega, tempo ou preço.


Além disso, surgem o do it yourself(faça você mesmo, em inglês), abrindo caminho para a produção ou customização dos próprios produtos, e um cuidado ainda maior com o dinheiro a ser gasto. “O consumidor já ficou mais seletivo e rigoroso ao comprar, pois prefere restringir seu orçamento a itens essenciais em decorrência da confiança abalada e incerteza em relação ao futuro”.


Nova era


A era digital também é pontuada pelo presidente da Associação Comercial de São Vicente, Alcides Antonelli, como um caminho irreversível. “Mais do que nunca vivemos a indústria 4.0”. Um dos sinais disso, segundo ele, será a manutenção do home office, que reduzirá custos às empresas e impulsionará os escritórios coletivos.


Para Antonelli, as empresas têm feito malabarismos para superar os impactos da covid-19, cortando gastos e trabalhando no limite financeiro para evitar o encerramento das atividades.


“Um diagnóstico natural seletivo já acontece, com tomadas de decisões e ações a todo instante. Os empresários estão buscando meios alternativos para sobreviver. Essa experiência, dolorosa, servirá de parâmetro para decisões pós-pandemia”.


Ele cita que estabelecimentos tradicionais começaram a se adaptar e aprenderam a usar aplicativos de entrega, sites de vendas e redes sociais. “Essas ferramentas irão permanecer pós-pandemia, somadas aos meios tradicionais de venda, como o corpo a corpo ou o telefone”.


Realidade


Para o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Santos (CDL-Santos), Camilo Rey Andújar, o conceito de vendas on-line, já presente em grandes redes, terá que chegar também aos pequenos.


“O consumidor já se adaptou a isso para a aquisição de produtos e serviços. Investimentos tecnológicos e em propaganda e comunicação visual serão vitais para a propulsão dos negócios na retomada da economia. Ou o lojista se adapta a estas mudanças, ou ficará superado e atrás de seus concorrentes. No entanto, estes ainda carecem muito de linhas de crédito para repor os prejuízos e alavancar os negócios”.


Novos hábitos de consumo são notados


Entre outras mudanças destacadas pelo presidente da ACS, Mauro Sammarco, estão o consumo em local seguro e o esforço de adaptação por parte das marcas para superar este momento. “Mais do que nunca, as pessoas buscam por marcas que atendam às suas necessidades e garantam uma boa experiência de compra”.


Ele explica que, em pesquisa recente, 55% dos consumidores ouvidos diziam valorizar marcas que se adaptaram para ajudá-los e 58% admiravam empresas que fornecem um serviço, de fato, necessário.
Por último, em sua visão, entram em cena as compras sem contato, com links de pagamento, carteiras digitais e sem contato, via smartphone ou outros dispositivos mobile.


“Eles se tornam alternativas interessantes para compras na internet ou em lojas físicas. Um outro estudo mostrou que 48% dos brasileiros estão dispostos a manter a utilização de tais meios, mesmo após o retorno do distanciamento social”.


Mesmo assim, ele reforça que a mesma pandemia que trouxe turbulências também criou oportunidades a novas atividades. “A contínua migração das micro e pequenas empresas para o comércio digital fez surgir inúmeras demandas para áreas como segurança e prevenção às fraudes”.


Imunização


De olho no futuro, o presidente da CDL-Santos, Camilo Rey Andújar, frisa que só é possível falar em retomada do comércio e superação da atual crise, “uma situação até então jamais vista”, com vacinação em massa.


“Superando isto, os lojistas terão de traçar novas metas e estratégias aos seus negócios, pois o mercado já sofria, antes da pandemia, com a retração das lojas físicas em detrimento às vendas virtuais".


Expectativa


“As vidas serão reassumidas, talvez num ritmo cauteloso, até que tudo volte a uma nova normalidade. De forma progressiva, inúmeras atividades econômicas ressurgirão” -Mauro Sammarco, presidente da Associação Comercial de Santos (ACS)


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