Mongaguá é a única com Virada SP na Baixada Santista

Pela primeira vez, Santos estará de fora. Festival vem substituir a Virada Cultural Paulista em novo formato

Por: Isabela dos Santos & Colaboradora &  -  16/11/19  -  19:49
Desde 2007, Santos recebia 24 horas de shows pela Virada Cultural na Praça Mauá, no Centro Histórico
Desde 2007, Santos recebia 24 horas de shows pela Virada Cultural na Praça Mauá, no Centro Histórico   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Pela primeira vez, Mongaguá receberá a Virada Cultural Paulista este ano. Aliás, a cidade será a única na Baixada Santista a realizar o evento. Isto graças ao aporte de R$ 200 mil que virá do Governo Estadual, que alterou o nome da projeto para Virada SP. 


Em contrapartida, o Município arcará com mais R$ 100 mil em recursos próprios, para a organização da Virada, marcada para os dias 14 e 15 de dezembro, e que também acontecerá em Salto, Ilha Solteira e São José dos Campos. 
A má notícia é que, também pela primeira vez desde que a Virada Cultural foi lançada pelo governo estadual, Santos ficará de fora da programação, que acontecia na Cidade desde o início do projeto, em 2007.


“Nossa proposta envolve colocar atrações no Centro do Município, mas também incluir os bairros. Vamos fazer muita coisa bacana para as pessoas que são carentes de atividades culturais”, adianta o diretor Municipal de Cultura de Mongaguá, Eduardo Mennucci. 


Como parte da seleção da Virada SP, além do recurso público estadual, Mongaguá será transformada na Capital Cultural do Estado de São Paulo. “Esse reconhecimento é importante para o turismo”. A data ainda não foi definida. 


A Virada SP vem substituir a Virada Cultural Paulista. A programação foi incluída no novo programa Juntos Pela Cultura, lançado em setembro pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. 


No modelo antigo, 33 municípios do Estado eram contemplados com o festival. Agora, são apenas quatro cidades por ano. Elas foram escolhidas por meio de chamamento público e 66 cidades disputaram as vagas. Os resultados foram divulgados no dia 17 de outubro. 


"É um formato muito melhor do que o antigo. Fizemos um diagnóstico aprofundado e verificamos a necessidade de aperfeiçoar o modelo, tornando-o municipalista e republicano”, afirma Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. “A Virada SP traz uma nova forma de seleção, agora realizada por meio de chamada pública para prefeituras, de modo a oferecer oportunidades iguais a todas”.


A Virada Cultural surgiu em 2005, na Capital. Em 2007, se espalhou para o Interior e Litoral Paulista tornando-se a Virada Cultural Paulista. Até 2018, o Governo do Estado registrou um público de 12,6 milhões de pessoas, nas edições realizadas em 59 cidades. 


Santos sem Virada


Com esse novo modelo criado pelo governo, Santos que desde o início sediou a Virad[/TEXTO]a Cultural Paulista, ficou de fora da agenda de shows, que normalmente ocorre durante 24 horas, em um fim de semana. A Prefeitura se candidatou para realizar o evento, porém, não foi contemplada. 


Segundo o secretário municipal de Cultura de Santos, Rafael Leal, tudo o que estava ao alcance da Administração foi feito. “Somos uma das únicas cidades que sempre participou da Virada Cultural. Mas houve uma redução nos municípios contemplados. É um momento de transição para o Governo. Estamos otimistas e na expectativa para a Virada de 2020 ser muito mais forte”. 


Segundo a Administração Municipal, a média do público nas Viradas Culturais era de 20 mil pessoas por edição, que aproveitava 24 horas de atrações gratuitas em vários pontos da cidade. 


Leal acredita que o evento beneficiava Santos por criar “uma cadeia de produção positiva, por conseguir ocupar o Centro Histórico, trazer artistas que a Prefeitura sozinha não teria condições de pagar e formar plateia”.


Realizar a Virada SP apenas com recursos da Prefeitura está fora de cogitação. “Fechamos o orçamento do município no início do ano. Não tem como fazermos a função do Estado”, justifica o secretário municipal. 


Circuito SP


Além da Virada SP, Mongaguá, juntamente com Itanhaém e Peruíbe, foi selecionada para outro projeto. É o Circuito SP, mais uma ação do Juntos Pela Cultura. Nesse caso, 60 cidades foram selecionadas para receber a programação, entre as 208 inscrições registradas no Estado. 


O evento consiste na realização de espetáculos de música e artes cênicas, com atividades para formar e capacitar profissionais. Mongaguá é a primeira a receber a programação com a peça teatral Cordel do Amor sem Fim, encenada hoje, às 20h, no Centro Cultural Raul Cortez (Avenida São Paulo, 3.465, Vera Cruz). 


O elenco tem a atriz global Helena Ranaldi, além de Patrícia Gasppar, Débora Gomez, Luciano Gatti e Rogério Romera. O texto é de Cláudia Barral e a direção de Daniel Alvim. A narrativa se passa em uma pequena cidade às Margens do Rio São Francisco. 


“Na verdade, o Circuito SP será realizado em três dias diferentes. Um será neste ano e os outros dois em 2020. A verba é de 
R$ 60 mil”, explica o diretor Municipal de Cultura de Mongaguá, Eduardo Mennucci. 


Já Peruíbe terá o espetáculo Sainha de Chita, no dia 6 de dezembro, às 20h, na Praça Matriz de Peruíbe, na Avenida Padre Anchieta, 1.025, no bairro Balneário Stella Maris. 


Em Itanhaém, foi confirmada apenas uma atração até o momento. O espetáculo A Milionária acontecerá em 13 de dezembro, no Centro de Convenções Miguel Reale. O horário ainda não foi definido. O Município também foi escolhido para a ação Revelando SP. Com isso, grupos artístico do município irá se apresentar no evento na Capital, que acontece até domingo (17). São eles a Associação Pró-Festa do Divino de Itanhaém (Aprodivino), o coral Yy Anka Xi Porã, da Aldeia Rio Branco e os artesãos Jorge Silvano e Washington Luiz Coutinho.


Guarujá, por sua vez, também foi contemplada com projeto Revelando SP. O grupo escolhido foi o Reisado Sergipano. Seus integrantes levam a tradição folclórica e foram selecionados na categoria manifestações artísticas da ação. 


O programa


O Juntos Pela Cultura, lançado em setembro, investe R$ 12, 5 milhões nas cinco ações da iniciativa: Virada SP, Circuito SP, Tradição SP, Revelando SP e +Gestão SP. Esta última ainda não teve o edital aberto. As prefeituras puderam se inscrever em todos os programas. 


A verba é da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A organização social Associação Paulista dos Amigos da Amigos da Arte (Apaa) foi selecionada mediante chamada pública e é a gestora do programa. 


De acordo com a pasta, o programa é uma mudança de paradigma para descentralizar o investimento, com visão municipalista. O objetivo é ampliar o acesso à arte e à cultura. A ideia é expandir a iniciativa nos próximos anos, aumentando o volume de recursos.


Entenda


Virada SP
Foram selecionados dois municípios de até 75 mil habitantes, que recebem apoio em serviços de até R$ 300 mil cada; um município entre 75 mil e 150 mil habitantes que recebe apoio em serviços de até R$ 500 mil; outra cidade com mais de 150 mil habitantes recebe apoio em serviços de até R$ 1 milhão. O valor total investido soma até R$ 2 milhões. Foram 66 inscritos e quatro selecionados: Mongaguá, Salto, Ilha Solteira e São José dos Campos. 


Circuito SP
O valor total do apoio viabilizado é de até R$ 4 milhões. Cada município selecionado será apoiado pela Apaa com o pagamento de cachê de no mínimo três apresentações, a serem realizadas por profissionais e grupos de comprovada relevância no cenário artístico-cultural, com teto de R$ 20 mil para cada apresentação. As ações formativas devem ser realizadas no último trimestre deste ano e durante o ano de 2020. Foram 208 cidades inscritas e 60 selecionadas. 


Revelando SP
Está acontecendo desde quinta-feira e termina neste domingo (17) no Parque da Água Branca (Av. Francisco Matarazzo, 455 , Água Branca, São Paulo), das 10 às 20h. Visa celebrar e valorizar a cultura popular e tradicional de São Paulo. Foram 152 municípios inscritos e 122 selecionados. 


Tradição SP
É voltada ao apoio de ações públicas e gratuitas que promovam tradições locais, de identidades regionais e da história dos municípios. A cidade poderá solicitar quantas ações desejar, em diferentes inscrições, desde que os eventos solicitados sejam realizados até 22 de dezembro e a soma das solicitações respeite o teto de R$ 15 mil. O valor total do apoio viabilizado por meio da chamada pública de fluxo contínuo é de R$ 500 mil. Foram 156 inscritos e 30 selecionados. 


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