O prefeito de Itanhaém, Tiago Cervantes (PSDB), abordou as dificuldades de gerenciar o Município durante o conturbado ano de 2021, apesar da experiência administrativa acumulada nos últimos anos. Ele pretende reiterar a cobrança junto ao Governo do Estado para a abertura de um pronto-socorro no Hospital Regional. Para o próximo ano, o chefe do Executivo anunciou a realização de um concurso público, o lançamento de uma licitação para a instalação de câmeras de monitoramento e a revisão de leis urbanísticas. Confira os principais trechos da entrevista a seguir.
Até que ponto sua experiência como o vice-prefeito e secretário municipal foi importante para esse primeiro ano de gestão?
Embora tenha acumulado a experiência como secretário municipal, vereador, presidente da Câmara e vice-prefeito, nada se compara a estar no comando do Executivo. Esse é um cargo que exige dedicação o tempo inteiro, olhando todas as áreas ao mesmo tempo e trabalhando com prioridades. Itanhaém necessita avançar em todos os setores, embora tenha avançado em muitos setores, que ainda exigem um pouco de esforço a mais da nossa parte. Ao fazer uma avaliação desse primeiro ano de mandato, obviamente não foi do jeito que a gente esperava, por causa da pandemia, e nossa programação inicial precisou ser deixada em um segundo plano para fortalecer o combate ao novo coronavírus. Itanhaém fez o seu papel muito bem. Conseguimos nos organizar para dar uma resposta à sociedade. Não tivemos falta de leitos na Cidade. Todos que ficaram doentes tiveram acesso a atendimento médico. Aproveitamos aquele momento e tiramos o atendimento público infantil para a UPA Central e permanecemos assim, o que representou um ganho para o Município. A campanha de vacinação foi muito bem organizada e somos a cidade que mais vacina na Baixada Santista, com 93% das pessoas imunizadas. O centro de apoio que nós criamos para a vacinação e esse trabalho de acolhimento fizeram com que a população de Itanhaém entendesse que a vacinação era o melhor caminho, reduzindo o índice de infecções.
Uma cobrança antiga da Prefeitura é a instalação do pronto-socorro no Hospital Regional. O senhor pretende colocar este assunto novamente em pauta?
Realmente houve essa negociação entre as partes para que o Hospital Regional estivesse em funcionamento em um novo prédio, passando a ter um pronto-socorro de porta aberta, mas isso ainda não aconteceu. As negociações sobre este assunto foram paralisadas por causa da pandemia, mas pretendemos retomar a discussão, muito importante para a gente. Estamos falando de um município com mais de 110 mil habitantes e temos apenas uma UPA. Precisamos que o Governo do Estado faça com a sua parte nesse acordo.
A Prefeitura lançará concurso público neste ano para repor a saída de servidores?
Infelizmente, tivemos algumas perdas por causa da covid-19. O Município, pela demanda e pelos serviços crescentes, precisa fazer a reposição do quadro de servidores públicos. Neste ano, eu utilizei um concurso público já existente e, para vagas que eram consideradas de vacância, chamei 30 GCMs (guardas civis municipais) que estão se formando neste mês e passarão a atuar nas ruas. A partir de janeiro, chamaremos mais 20 do processo seletivo atual. Nossa ideia é fazer um novo concurso no primeiro semestre do próximo ano, pois praticamente todas as áreas do Município precisam de servidores.
No final do ano passado, o senhor disse que tinha a meta de instalar 300 câmeras de monitoramento da Cidade. Isso foi concretizado ou a pandemia de covid-19 atrapalhou esse planejamento inicial?
Essa é uma das metas do nosso plano de governo até o final da gestão. Eu fiz a reprogramação disso, pois entendemos a necessidade de também trabalhar com o monitoramento em próprios públicos. Reavaliamos esse contexto e pretendemos instalar cerca de 1.000 câmeras, inicialmente em praças e em próprios públicos. Elas ajudarão a monitorar as vias do torno desses equipamentos. Nossa ideia é que no começo do ano já sejam iniciadas as instalações dos equipamentos em cinco praças e nos próprios públicos. Também estamos negociando com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) para instalar câmeras do tipo OCR nas passarelas e estamos em processo licitatório. A intenção é monitorar as entradas do Município. Primeiro, a divisa com Mongaguá. Depois, a divisa com Peruíbe.
O que está programado para o setor educacional no próximo ano?
Vamos ter a retomada 100% presencial. Essa é a nossa meta. Conversamos com os profissionais da Educação para discutir essa questão. Por conta disso, fizemos algumas alterações nas unidades e estamos nos preparando para essa retomada. Vamos iniciar isso com as creches e, em fevereiro, será a vez do Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Vamos entregar para todos os professores um chromebook (notebook com sistema operacional do Google) para que possam interagir melhor com os estudantes. A partir de 2022, todas as escolas terão internet de fibra ótica.
Uma das suas ideias era reorganizar a parte do turismo. Para o próximo ano, como o senhor pretende fortalecer o setor?
Trabalhamos neste ano para planejar as ações que podem impactar o turismo. Neste mês, assinamos no Palácio dos Bandeirantes convênios do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos) para investir R$ 5,4 milhões em equipamentos turísticos não apenas na orla, que precisa estar reurbanizada, mas também na recuperação de alguns pontos. Vamos reurbanizar a Praia dos Pescadores e aproveitar esse investimento para fazer a revitalização da trilha do Sapucaitava, que no final tem um mirante onde dá para ver a cidade inteira, e o acesso à Praia da Saudade, que é muito visitada por pescadores. Estamos continuando a reurbanização da orla iniciada na gestão anterior e dando um destaque para outros equipamentos turísticos para receber melhor os munícipes e turistas. Durante a pandemia, trabalhamos com eventos esportivos na Cidade ao trazer beach soccer e fizemos uma parceria com a Associação de Surf do Município ao promover um campeonato com duas etapas. Estamos trabalhando com um calendário intenso de eventos para promover ao menos uma grande atividade por mês em nosso município.
Como o aeroporto se integra nesse fortalecimento do turismo?
Estamos mantendo as conversas com o consórcio Voa SP para tentar viabilizar o aeroporto de uma forma um pouco mais consolidada. Tivemos no passado o início de operação de voos de São Paulo para cá, mas por falta de demanda isso não prosseguiu e veio a pandemia, dificultando a continuidade das atividades. Nosso trabalho é fazer com que Itanhaém cresça no turismo.
Uma das suas ideias era fazer a revisão das leis urbanísticas. O senhor pretende concretizar a ideia neste segundo ano de mandato?
Já contratamos uma empresa para nos assessorar na revisão da Lei de Uso e de Ocupação do Solo. No próximo dia 13, faremos a primeira audiência pública para discutir a atualização dessa legislação, da Lei de Zoneamento, da Lei de Parcelamento, da Lei de Verticalização e do Código de Edificações. Se tudo certo, em abril ou maio, teremos o produto final da atualização dessas leis. Elas darão segurança jurídica para quem quiser investir em Itanhaém.
O senhor gostaria de destacar algum investimento que será feito no próximo ano?
No início de ano, teremos uma nova oportunidade na área do turismo. Estamos estudando algumas possibilidades. Uma delas é criar um espaço para que os turistas e os moradores da Cidade possam visitar e estar com a família no Morro do Paranambuco. Se tudo certo, será um investimento grande. Vamos iniciar no próximo ano as obras do primeiro canal de drenagem da Cidade. Já estamos com o dinheiro em caixa e com o projeto executivo pronto. Lançaremos a licitação no início do ano que vem. Também teremos R$ 10 milhões em obras de pavimentação e drenagem, o que impactará o dia a dia do cidadão e deixará a Cidade em melhores condições de visitação para os turistas. Por fim, já iniciamos os trabalhos da parceria público-privada (PPP) da iluminação pública.
