Dor nas costas faz mulher descobrir gravidez de sete meses no litoral de SP

Eliane, de 39 anos, se surpreendeu com a gestação, pois "nunca notou sinais"

Por: Ágata Luz  -  06/05/22  -  07:26
Mulher não desconfiou da gravidez, pois não notou alteração no corpo
Mulher não desconfiou da gravidez, pois não notou alteração no corpo   Foto: Arquivo Pessoal

Ao procurar atendimento médico com dor nas costas, uma moradora de Itanhaém descobriu estar na reta final de uma gravidez. Eliane Rose dos Santos Santana, de 39 anos, se surpreendeu com a gestação, pois, em mais de seis meses, não notou os sintomas ‘tradicionais’. “Eu não tinha barriga, não mudou nada”, destaca.


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Agora, a dona de casa - que já tem quatro filhos e uma neta - pede ajuda para o enxoval do bebê que chegou à vida da família de surpresa. “Minha filha mais nova tem 10 anos. Foi bem difícil e assustador descobrir (a gravidez) com sete meses”, destaca, explicando que descobriu as gestações anteriores com cerca de três meses.


Segundo Eliane, o único sintoma que notou foi dor nos seios, além da dor nas costas que a levou ao hospital em meados de abril. “Passei mal, senti uma dor muito forte do lado esquerdo nas costas e no peito. Fui para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e me mandaram para maternidade”, explica, dizendo que o bebê foi descoberto pelos profissionais da UPA após um raio-x por conta da dor nas costas.


Já na maternidade, ela recebeu orientações e fez exames para ver o estado de saúde da criança. “Falaram que não poderia ter feito raio-x, me explicaram tudo certinho, dizendo que os sintomas mudam de mulher para mulher. Não fui a primeira a descobrir uma gravidez tardia. Minha barriga não cresceu porque o bebê estava mais para a parte de trás das costelas, por isso a dor que eu senti”.


De acordo com ela, o bebê é um menino e está bem. A preocupação agora passou a ser com os itens para receber a criança. A família pediu ajuda por meio das redes sociais. “Eu não tinha absolutamente nada, mas graças a Deus umas pessoas fizeram doações. Ganhei roupinhas e pacotes de fraldas”, comemora, dizendo que os familiares descobriram da gravidez três dias depois dela. “Estava digerindo ainda, nem eu acreditava”.


Previsto para nascer entre o fim de julho e início de agosto, o bebê ainda não tem nome definido. “Estou indecisa”, explica a dona de casa. Pessoas interessadas em fazer doações devem entrar em contato com Eliane pelo contato (13) 99703-1751.


À esquerda, Eliane aparece com os filhos mais velhos e a neta. Ela não sabia que estava grávida. À direita, fazia cerca de uma semana que ela tinha descoberto a gestação
À esquerda, Eliane aparece com os filhos mais velhos e a neta. Ela não sabia que estava grávida. À direita, fazia cerca de uma semana que ela tinha descoberto a gestação   Foto: Arquivo Pessoal

Descoberta tardia

Eliane conta que não desconfiou em nenhum momento de que poderia estar grávida, pois além de não sentir mudanças na barriga, teve o ciclo menstrual normal, exceto em um mês. No entanto, a ginecologista e obstetra Vivian Macedo Gomes Marçal afirmou para A Tribuna que é impossível menstruar na gravidez. “Você pode sangrar, mas não é menstruação”, garante.


“Uma placenta de inserção baixa ou um pequeno descolamento ovular podem levar a um sangramento durante a gravidez”, explica a médica, dizendo que acredita que o caso de Eliane pode ser associado à síndrome do ovário policístico, que é um distúrbio hormonal.


Entre os sintomas da doença, está o aumento no tamanho dos ovários e pequenos cistos neles. A síndrome pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. “A gente tem associada a irregularidade menstrual, o ciclo anovulatório e a obesidade”, enfatiza Vivian.


A ginecologista ainda explica que a descoberta de gravidez tardia não é incomum. “Nós atendemos muitos casos parecidos nas pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), que às vezes não tem o controle do seu ciclo menstrual e não estão planejando a gravidez”.


Portanto, para evitar essa “surpresa”, a orientação é se atentar ao próprio corpo. “Seria interessante que a mulher conhecesse seu corpo, anotasse mensalmente a data que começa a menstruação, entendesse como funciona o ciclo menstrual dela, de quanto em quanto tempo vem”, finaliza, enfatizando que cada mulher pode ter um ciclo diferente.


“Às vezes, ele (o ciclo) vem de 25 a 35 dias e isso é uma menstruação regular. É que tem mês que ele vem a 25 e tem mês que é a 30. Às vezes, as mulheres podem achar que isso é uma irregularidade. Então elas precisam entender o seu corpo”.


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