Dezenas protestam contra morte de comerciante em Itanhaém e homenageiam vítima baleada na cabeça

Alessandra Tomie Kokobun morreu após levar tiros durante um assalto

Por: Natalia Cuqui  -  03/10/21  -  19:27
Atualizado em 03/10/21 - 19:29
 Segundo os organizadores, cerca de 70 pessoas se reuniram na Praça Benedito Calixto.
Segundo os organizadores, cerca de 70 pessoas se reuniram na Praça Benedito Calixto.   Foto: A Tribuna

Um grupo de amigos e moradores da vítima de um latrocínio em Itanhaém protestou no final da tarde deste domingo (3) em um protesto. Eles pediam por mais policiamento na região e prestaram uma homenagem à comerciante Alessandra Tomie Watanabe Kokubun Fagundes. Mesmo com a chuva, dezenas de pessoas estiveram no local onde Alessandra foi baleada e morta, com faixas e flores nas mãos. De acordo com os organizadores, cerca de 70 pessoas compareceram ao ato.


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A manifestação aconteceu na Praça Benedito Calixto, no Centro do município, mesmo local onde a vítima foi baleada na cabeça e no abdômen. A psicóloga Nicolle Abreu, de 27 anos, acompanhou de dentro do carro, por conta da pandemia de covid-19. Ela era cliente de Tomie, que era lash designer, e esteve com Nicolle na última semana.


"Conheço a Tomie faz mais ou menos um ano. Virei cliente e amiga dela. Sempre foi uma pessoa muito receptiva e acolhedora. E o espaço dela era impecável. A última vez que a gente se encontrou, para a manutenção dos meus cílios, comentei com ela que ali era um lugar onde eu me sentia relaxada e em paz. Ela sempre foi muito intensa, sempre respirou muito a vida. Sempre trabalhou muito. Isso traz uma sensação de impotência, de fraqueza. Ela era uma mulher linda, inteligente, amorosa. Nada vai trazer ela de volta", desabafa.


 Tomie foi baleada na Praça Benedito Calixto, no Centro de Itanhaém, na noite do último sábado (2).
Tomie foi baleada na Praça Benedito Calixto, no Centro de Itanhaém, na noite do último sábado (2).   Foto: A Tribuna

A comerciante Anelise Regina Russo, de 42 anos, também estava presente no protesto deste domingo. Ela contou que seu restaurante fica próximo da praça onde o crime aconteceu e ela ouviu tudo. "Eu estava aqui no momento que aconteceu toda essa correria. A feirinha estava lotada, o restaurante também. As pessoas saíram correndo como se estivesse acontecendo um arrastão, sem saber pra onde correr. Eu acionei a polícia, fiquei muito indignada com essa execução em praça pública. Tinham muitas pessoas na rua, crianças, idosos. Foi uma loucura, fazia muitos anos que eu não sentia esse desespero, esse terror. Eu e meu marido nem dormimos", desabafa.


Anelise inaugurou seu restaurante há pouco tempo e, segundo ela, Alessandra fez questão de estar presente no dia da inauguração. "Ela era uma menina admirável. Ela fez questão de me prestigiar na abertura do meu restaurante, com muita satisfação. Ela tinha um talento incrível, tinha uma admiração enorme pela família dela. Infelizmente na melhor época da vida dela como um todo, aconteceu isso. Estão matando as pessoas, de uma forma que não havia necessidade. As pessoas não tem mais o direito de ir e vir, somos violentados de uma forma absurda".


O caso
Alessandra Tomie Watanabe Kokubun Fagundes foi baleada na noite do último sábado (2) na Praça Benedito Calixto, após um assalto envolvendo cinco criminosos. Segundo informações do boletim de ocorrência, os bandidos exigiram o carro que ela dirigia, efetuaram os disparos e fugiram com o veículo e com o celular da vítima.


 Moradores deixaram flores em cima do local onde a vítima caiu na Praça Benedito Calixto.
Moradores deixaram flores em cima do local onde a vítima caiu na Praça Benedito Calixto.   Foto: A Tribuna

Câmeras de monitoramento registraram o grupo de criminosos seguindo a vítima por ruas do Centro de Itanhaém. O prefeito da cidade se pronunciou no início da tarde. Tiago Cervantes (PSDB) disse estar 'indignado' e cobrou investigações ágeis. O Governo do Estado ainda não se pronunciou sobre a fala do prefeito.


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