O prefeito afastado de Guarujá, Válter Suman (PSDB), não compareceu ao depoimento marcado para esta segunda-feira (13), na Câmara dos Vereadores de Guarujá, sobre o processo de impeachment que enfrenta no Legislativo.
A defesa de Suman protocolou a notificação de ausência nesta segunda, alegando que o prefeito afastado não pôde comparecer devido à decisão judicial que o impede de estar em órgãos públicos do município.
Assim como Suman, outros convocados pela Comissão Processante também não compareceram às respectivas oitivas durante a análise do pedido de impeachment. A comissão é formada pelos vereadores Fernando Martins dos Santos, o Peitola (MDB), Carlos Eduardo Vargas (PTB) e Santiago Angelo (PP).
O ex-diretor de Compras, Licitações e Acompanhamento de Contratos da Prefeitura de Guarujá, Celso Roberto Bertoli Júnior, além do ex-secretario adjunto de Cultura, Hugo Passos, e os ex-secretarios de Educação, Marcelo Nicolau e Renata Martins de Souza Bernardo, não foram depor quando chamados, mas enviaram justificativas ao Legislativo.
No caso de Suman, é o segundo pedido de impeachment que ele enfrenta na Câmara. As duas solicitações foram feitas pelo engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves.
Próximos passos
Presidente da comissão, Fernando Peitola disse que os vereadores voltarão a se reunir nesta terça (14) para discutir os próximos passos. A comissão tem 90 dias a partir de sua instauração para analisar o processo - até o início de julho.
"Seria muito importante o mesmo estar sendo ouvido aqui pra rebater os questionamentos que seriam feitos. A comissão vai se reunir novamente. Vamos deliberar essa questão, se a gente segue insistindo pra que ele venha depor, ou se toma uma outra decisão, já marcando a sessão de julgamento", disse Peitola para A Tribuna.
Para José Manoel Gonçalves, autor do pedido de cassação, os vereadores já podem levar o julgamento ao plenário.
"Nosso pedido é bem objetivo. Houve quebra do decoro, da moralidade pública. Isso é indiscutível. O Brasil conhece isso. Os vereadores têm todas as condições imediatas de fechar o relatório nessa comissão processante, encaminhar ao plenário da Câmara e julgar. Isso é o que temos pedido", declarou.
Investigação
Válter Suman é apontado em inquérito da Polícia Federal (PF) como chefe de uma organização criminosa que teria desviado cerca de R$ 150 milhões em verbas federais destinadas ao município de Guarujá. O desvio dos recursos teria acontecido com intermédio de organizações sociais nas áreas da Saúde e Educação.
No fim de março, o desembargador Nino Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), determinou o afastamento de Suman do Executivo guarujaense. A vice, Adriana Machado (PSD), assumiu a prefeitura.
A PF chegou a pedir a prisão de Suman, mas a mesma foi negada pela Justiça, que determinou o uso de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Em setembro do ano passado, Suman e, o então secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau, ficaram presos por três dias, na primeira fase da Operação Nácar-19, da PF.