Prefeito de Guarujá aposta no turismo para aquecer a economia

Em entrevista para A Tribuna, Válter Suman conta como a cidade se prepara para o cenário pós-pandemia

Por: Redação  -  30/06/21  -  14:15
 Válter Suman aguarda, também, o início das operações do Aeroporto Civil
Válter Suman aguarda, também, o início das operações do Aeroporto Civil   Foto: Carlos Nogueira/AT

Saúde e turismo estão no centro das atenções de muitos setores que sonham com uma temporada de verão mais próxima do normal em 2022. O avanço da vacinação contra a covid-19 surge como a esperança para uma reabertura maior aos turistas em Guarujá, sem deixar de lado os protocolos sanitários. A Cidade é um dos principais roteiros no turismo interno e essa é uma das apostas do prefeito Válter Suman (PSB) para aquecer a economia e gerar empregos. O início das operações do Aeroporto Civil Metropolitano também entra nesse cenário. Além disso, estão previstas mudanças no Plano Diretor, que deverão impulsionar a construção civil, outro segmento capaz de ampliar as contratações.


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Há a previsão de que a população paulista esteja vacinada até 15 de setembro. O que isso representará?


A vacinação já retoma um pouco mais a alegria do povo em voltar ao novo normal. Guarujá tem seguido rigorosamente a cronologia dos planos Nacional e Estadual de Imunização e esse será o ponto de partida para a retomada econômica pós-pandemia.


Como está a preparação para o pós-pandemia?


Começamos com uma parceria com o Sebrae. Já formalizamos o convênio. Serão cursos, a princípio, presenciais, e estamos definindo esses espaços e a logística com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Há um universo de pequenos e microempreendedores ávidos por ocupar um espaço no mercado e compete à municipalidade dar as condições necessárias para que essas pessoas estejam qualificadas.


Quando esses cursos devem começar?


A partir de julho. Vamos aproveitar, inclusive, o universo de pessoas vacinadas e começaremos a destinar os cursos a elas, que, em tese, estariam com risco menor de contágio. Os cursos são gratuitos e o carro-chefe deve ser a prestação de serviço, aliada ao turismo.


Quais outras ações estão sendo feitas para que a economia volte a deslanchar?


Não podemos perder de foco que nossa principal vocação é o turismo. Como disse, a preocupação é grande com a capacitação e qualificação de mão de obra da nossa população. Por isso, estamos ampliando o suporte ao empreendedor pelos canais de atendimento presencial e digital, implantando o alvará digital e reduzindo em 50% o tempo para a emissão da inscrição municipal, além de reforçar as equipes no Banco do Povo Paulista. Estamos prestes a executar o maior programa de capacitação empreendedora da história do Município, com a ideia de promover mais de 130 cursos, oficinas, workshop e treinamentos.


O turismo foi um dos setores mais prejudicados pela covid-19. Quais os planos?


O fomento do turismo local. Ao longo de um ano e três meses de pandemia, não paramos um instante de potencializar o turismo. Isso inclui algo fundamental: manter a Cidade segura, limpa, iluminada, monitorada, acessível e sinalizada. Além disso, atuamos na construção, reparos e fortalecimento de alguns equipamentos já entregues à população em áreas antes consideradas degradadas e que, hoje, são consideradas templos de contemplação das belezas de nossas praias: Mirante da Campina, no Morro do Maluf; e Mirante das Galhetas, no Morro da Caixa D’Água, nas Astúrias. Tem o Píer da Gávea, com uma vista linda para Pitangueiras, a Praça Horácio Lafer e, em breve, a Fonte Luminosa, na Praça dos Expedicionários.


Qual a expectativa para a temporada de verão, a partir da vacinação em massa no Estado e até no País?


Não existe turismo sem saúde. Tudo leva a crer que o turismo interno vai ser intensamente procurado. E Guarujá é um dos melhores destinos do Estado e até do País. Temos as mais variadas modalidades de turismo: natureza, lazer, negócios e náutico.


Quanto às obras, o que tem sido feito na Cidade?


Temos recursos do Governo Federal, já anunciados. São R$ 25 milhões no recapeamento da Av. Dom Pedro I. Porém, ela está desmoronando num trecho próximo à Praia de Pernambuco, e haverá mais R$ 22 milhões, liberados durante a visita do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), este mês. É uma obra grande de engenharia.


Essas obras ficarão prontas até a temporada?


É nossa expectativa. O processo licitatório já está praticamente sendo publicado e a gente acredita que essas obras comecem até meados de outubro, sendo entregues para a temporada.


A Saúde tem sido um setor bastante demandado por conta da pandemia. O que tem sido feito?


Ampliação de leitos de enfermaria, criação de um complexo covid-19, centro de triagem e hospital de campanha. Guarujá otimizou em 100% os leitos de UTI e temos 40 leitos no Hospital Santo Amaro, com 20 para covid-19 e 20 a outras patologias. Muitas reformas estão ocorrendo em unidades básicas de saúde, como Morrinhos e Vila Alice, UPA Perequê e outras. Temos a nova base do Samu, no antigo UPA Boa Esperança. Entregamos recentemente, no Santo Amaro, um centro de radiologia intervencionista hemodinâmica e já foram realizados cerca de 100 exames de cateterismo cardíaco.


Espera-se uma explosão de procura por atendimento básico pós-pandemia. Guarujá está pronta para isso?


É uma preocupação nossa e inauguramos ambulatório para atendimento de pacientes com sequelas da covid-19. Mas já começa a ser sentida demanda que ficou represada de pacientes eletivos. Se necessário, contrataremos médicos especialistas e procuraremos reduzir filas em procedimentos de média e alta complexidade.


O que mais a população de Guarujá pode esperar para incrementar a economia?


Somos agentes facilitadores da ampliação portuária. Trabalho com estudos avançados para a retomada do retroporto e a construção, pelo Estado, do 21º Batalhão da Polícia Militar na área da Enseada. Há obras de drenagem e macrodrenagem da bacia do Rio Santo Amaro e drenagem do Rio do Meio, fundamentais no combate às enchentes.


Qual a expectativa para os primeiros voos no Aeroporto Civil Metropolitano?


O aeroporto é a cereja do bolo. É importante salientar que a Infraero está em tratativas no sentido de buscar recursos com o Fundo Nacional de Aviação Civil. Esses recursos vão financiar a reforma e a infraestrutura da pista, além do cercamento. Estamos nos adequando a algumas exigências da Infraero e uma resposta deve vir em 30 dias. A previsão da Infraero é que o primeiro voo comercial esteja para acontecer na temporada 2021/2022.


O Plano Diretor deve ser alterado?


Está para ser votado na Câmara no segundo semestre. Planejamos mudar o gabarito das construções, especialmente na Enseada, que tem grande potencial para desenvolvimento da construção civil. Deve ser feita a ampliação do número de construções com torres maiores. A nossa preocupação é com o sombreamento da praia. O objetivo é o desenvolvimento econômico sem agressão ambiental.


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