Moradores de Guarujá registram 'rio de lama' descendo de morro e pedem socorro: 'Ninguém dorme'

População da Barreira João Guarda foi uma das que mais sofreu com os deslizamentos ocorridos em março do ano passado. Munícipes relatam que a lama continua descendo em dias de chuva

Por: Por A Tribuna.com.br  -  16/01/21  -  10:51

Mesmo após quase um ano das chuvas que ocasionaram tragédias na Baixada Santista, os moradores ainda tentam se adaptar para voltar a normalidade. Porém, moradores da Barreira João Guarda, em Guarujá, reclamam da demora para que a prefeitura dê soluções para a terra e areia que continua descendo pelo morro em dias de chuva.


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Para os moradores, o "rio de lama", que desce pelas ruas do local já virou rotina. Além disso, dizem que as obras que foram iniciadas para reparar os danos causados pela chuva pararam. "Então as obras aqui estão paradas. Toda vez que chove vem muita lama e areia lá de cima. A sujeira que desce tem tampado as valas que estão agora praticamente no mesmo nível da rua. Quando estavam em obra eles faziam a remoção do material que descia, mas como a obra parou não estão mais mandando nenhuma equipe pra retirar", conta Adriana Maria Gomes.


A moradora explica ainda que essa lama que desce entope as valas e bueiros da região e deixou o nível da água mais alto. Por conta das chuvas de verão, eles se preocupam que o pior aconteça novamente se nada for feito em breve, pois apesar dos moradores tentarem tirar a areia que desce, a chuva volta a trazer a lama para a porta das casas.


Areia fica acumulada pelas ruas do morro e moradores tenta limpar como podem
Areia fica acumulada pelas ruas do morro e moradores tenta limpar como podem   Foto: Arquivo Pessoal

Edilene Morais mora na Avenida Atlântica, uma das principais e mais afetadas vias da região, e conta que antes das chuvas de março a situação não era assim. Por isso, tem deixado os moradores inseguros. "Nenhum morador dali dorme porque, ao invés de melhorar a terra, com a prefeitura piorou a situação, pois agora vem lama com areia junto. Eu moro em frente a uma ponte que não existe mais, pois a areia já engoliu a ponte da minha casa e ninguém toma atitude".


Obras e limpeza


Segundo a Prefeitura de Guarujá, os serviços de limpeza na região do Morro da Barreira do João Guarda não estão paralisados. Eles já foram concluídos. Uma semana após os deslizamentos, a Prefeitura de Guarujá solicitou R$ 77 milhões ao Governo Federal para obras de restabelecimento dos pontos afetados e limpeza. Deste montante, só foram repassados R$ 20,5 milhões, para uso específico no chamado plano de resposta rápida, que compreende a serviços de limpeza e correção de estragos.


Dos R$ 20,5 milhões liberados, R$ 17 milhões foram designados para limpeza e remoção de sedimentos provenientes do escorregamento das encostas dos morros da Barreira, Vila Baiana, Engenho e Cachoeira. Os R$ 3,5 milhões remanescentes foram usados para limpeza de vias públicas, restauração de unidades de saúde deterioradas pelos impactos das chuvas torrenciais e remoção do entulho de casas que desabaram com o deslizamento de terra.


Para as obras estruturantes de contenção de encostas e prevenção de novos deslizamentos, a exemplo do que foi realizado no Morro da Bela Vista (Morro do Macaco Molhado), a Prefeitura ainda aguarda liberação de verbas do Governo Federal. Para isso, o Município espera, no mínimo, R$ 42 milhões.


Enquanto isso, a Defesa Civil de Guarujá acompanha e avalia diariamente, sobretudo em períodos de chuvas fortres, as condições dos morros da Cidade, orientando os moradores para os cuidados preventivos e sinais de perigo.


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