Falta d'água provoca caos em Guarujá e afeta até unidade de saúde; VÍDEO

Um funcionário da UBS Vila Alice denunciou a falta de higiene do local para realizar atendimentos sem água

Por: Nathália Cúqui e Gabriel Fomm  -  03/08/22  -  07:08
Atualizado em 03/08/22 - 17:47
O atendimento da UBS Vila Alice está sendo realizado mesmo sem água
O atendimento da UBS Vila Alice está sendo realizado mesmo sem água   Foto: Reprodução

Diversos bairros de Guarujá vêm sofrendo com a falta d'água há dias. No bairro Jardim Progresso, um funcionário que não quis ser identificado denunciou a falta de água em uma unidade básica de saúde (UBS). Segundo ele, a equipe está utilizando álcool em gel para higienização no local.


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O funcionário narrou a situação precária dos atendimentos na UBS Vila Alice, que está realizando atendimento no Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD II), no Jardim Progresso.


“A gente está trabalhando na unidade desde quinta-feira ou sexta sem água. Aqui faltou em todas as torneiras. O certo seria comunicar a Secretaria (de saúde) e pedir para fechar, porque não dá para fazer curativo, não tem como dar vacina, não dá para fazer nenhum procedimento ou medicação sem água”, explica.


Em vídeo enviado pelo funcionário, é possível ver os banheiros sem higienização por falta d'água e a mangueira que está auxiliando os funcionários do local a terem acesso a água.


Em entrevista para A Tribuna, o funcionário contou que para higienizar as mãos e os itens estão utilizando álcool em gel. “Conseguiram colocar uma torneira aqui na frente da unidade, aí os funcionários estão carregando de balde para poder jogar nos banheiros. A unidade continua aberta e a gente nesse perrengue", afirma.


No Jardim Santana, em Vicente de Carvalho, já faz mais de 15 dias que os moradores passam por esse problema. No bairro Cachoeira, uma moradora que pediu para não ser identificada relata que já faz uma semana que ela tem ligado no número 195, da Sabesp, e não tem um atendimento.


Novamente no Jardim Progresso, o fotógrafo Roberto Nascimento, de 55 anos, conta que teve que comprar uma bomba d’água pois a única torneira que estava funcionando era a do quintal e sem pressão para chegar na caixa d’água.


“Sábado fui na loja para comprar a bomba e tinha uma fila enorme. Vicente de Carvalho toda comprando. Quer dizer, um custo a mais para a gente. Fora o custo que a gente paga da água, vamos ter que gastar mais energia, comprar cano, fio e mais um monte de coisa para poder ter um pouco de água”, afirma.


Já um morador do bairro Morrinhos afirma que não há água nem na sua casa e nem na escola onde a sua filha estuda.


Prefeitura
A Prefeitura de Guarujá informou que o atendimento aos usuários da UBS Vila Alice não sofreu e nem há previsão de sofrer interrupção. Também reforçou que notificou a Sabesp na segunda-feira (1º), exigindo um relatório com explicações efetivas sobre o desabastecimento de água em até 48 horas.


Arsesp
Em nota, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) afirmou estar atenta ao problema de falta de água na Baixada Santista e, principalmente, no município de Guarujá.


Também contou ter enviado uma equipe de fiscalização para Guarujá na semana passada, onde foi verificada as condições das instalações e operação dos serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto.


Segundo a agência, outras fiscalizações específicas estão programadas para os próximos dias. Também afirmou estar preocupada com a estiagem pronunciada na região. Ressaltou estar cobrando as ações adequadas, promovendo reuniões,e acompanhando todas as medidas adotadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).


Sabesp
A Reportagem entrou em contato com a Sabesp com questionamentos sobre a falta d’água em toda a região, porém a companhia não respondeu todos os pontos levantados. Esclareceu que está fazendo todos os esforços para minimizar a variação na pressão da água em alguns bairros de Guarujá e no distrito de Vicente de Carvalho.


A capacidade de abastecimento diminuiu porque o rio está com menor volume de água, devido à estiagem. A situação se agrava pelo fato de que, segundo a Sabesp, não há reservatórios de água bruta nem represas na Baixada Santista.


A companhia pediu, em nota, para que a população faça o uso consciente da água em qualquer época do ano, sobretudo neste momento de inverno atípico com temperaturas elevadas e poucas chuvas.


Em entrevista a TV Tribuna, a superintendente regional da Sabesp, Olívia Mendonça, explicou que como nesta época do ano chove 80% a menos do que a média, a capacidade de abastecimento de água foi reduzida à metade em alguns períodos. Por fim, informou que caminhões-pipas estão disponíveis para atender emergências por meio dos telefones: 195 ou 0800 0550195.


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