Os atrasos no pagamento de benefícios parece ter feito parte do cotidiano dos funcionários dasUnidades de Saúde da Família (Usafas) de Guarujá. Os trabalhores voltaram a criticar a gestora dos equipamentos, a organização social (OS) Pró-Vida. Os problemas são relatados por A Tribuna On-Line desde novembro do ano passado.
De acordo com alguns funcionários, o atraso na quitação do vale-alimentação atingiu o sétimo mês consecutivo. A operadora do cartão do benefício decidiu bloquear os cartões dos trabalhadores das Usafas. A Pró-Vida teria dito que pagaria o vale-alimentação em dinheiro, o que não ocorreu.
"A única coisa que eles nos pagam, ainda com muita dificuldade, é o salário. Sempre com atraso. Nosso vale-transporte também, mas só pagam o do mês. Os valores atrasados - cerca de quatro meses, ficaram para trás", comenta um dos funcionários, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.
Outro trabalhador classifica a situação insustentável e disse que falta quase tudo dentro das unidades de saúde do município. "Toda semana entram funcionários novos, mas seguem devendo aos antigos. A falta de informação é total e os gerentes se fazem de desentendidos, não passam a real situação aos funcionários. Não podemos nem ligar no RH", relata o funcionário.
Afalta de repasse à Previdência Social (INSS) e o depósito do FGTS são outros apontamentos comuns dos trabalhadores, embora os descontos nos salários ocorram normalmente.
OS volta a citar equilíbrio financeiro
Questionada sobre a situação, a OS Pró-Vida citou, novamente, que está em fase de superação do desequilíbrio econômico-financeiro na execução da Estratégia de Saúde da Família de Guarujá, e está empenhando esforços para normalizar o passivo financeiro.
A Pró-Vida informou que foi necessária a aplicação de recursos excedentes ao previsto em áreas fundamentais para seu andamento e atendimento à população, além de uma retenção de aproximadamente R$ 1,2 milhão na parcela do contrato de gestão. A Organização Social destacou o compromisso e a dedicação de todos os colaboradores, que permitem que a assistência aos pacientes seja mantida com qualidade e prioridade.
A direção da Pró-Vida contrapôs a fala dos funcionários sobre a falta de informação ao dizer que o Departamento de Recursos Humanos da entidade está em constante comunicação — franca e transparente — junto aos colaboradores e a contratante.
Por fim, com a assinatura do novo contrato, já formalizado, a OS reafirmou o compromisso de equacionar a situação o mais breve possível.