Taxa de letalidade por coronavírus na Baixada Santista é muito alta e preocupa especialistas

Segundo infectologistas ouvidos por ATribuna.com.br, é necessário fazer uma reflexão e produzir políticas públicas consistentes

Por: Nathália de Alcantara  -  18/02/21  -  20:03
Nas últimas 24 horas, foram notificados mais 27.419 casos e 526 mortes
Nas últimas 24 horas, foram notificados mais 27.419 casos e 526 mortes   Foto: Matheus Tagé/AT

O infectologista Evaldo Stanislau, que atua no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, acredita que a Baixada Santista mais acertou do que errou na luta contra a covid-19. Mas alguns pontos ainda incomodam.


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"Do final do ano para cá, houve afrouxamento indevido das medidas de controle e foram feitas concessões ao comércio. Entendemos a necessidade econômica e o drama, mas do ponto de vista da doença nada disso ajudou. Ao mesmo tempo, abriram-se leitos e fizeram muitos testes para a doença".


O infectologista Eduardo Santos critica a falta de políticas públicas consistentes para as pessoas aguentarem essa situação em casa.


"Houve muito medo no começo, mas ele logo passou e as pessoas começaram a se arriscar. Também podemos lembrar de muitos péssimos exemplos que tivemos inclusive do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)".


A letalidade ainda é um fator que chama a atenção de Stanislau. A taxa está muito alta e é necessário fazer uma reflexão, diz ele.


“ Não é só pela população idosa, mas por termos doenças crônicas que devem ser melhor cuidadas daqui para a frente. Também sigo preocupado com a qualidade da nossa assistência em saúde. Não basta abrir leito e ter hospital, é preciso gente bem treinada e qualificada para essas situações".


Quem concorda com ele é o infectologista Alberto de Abreu, que avalia a situação atual na região como dentro do padrão estadual.


“Na comparação com o Norte, por exemplo, nós saímos na frente. Mas, ao levarmos em conta o cenário ideal, que só acontece em outros países, com o fechamento total de atividades não essenciais e a imunização em massa, estamos muito atrás. Chega a ser vergonhoso demais”.


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