Projeto promete reerguer e auxiliar a economia das prefeituras da Baixada Santista

'Plano de 100 Dias' é colocado em prática pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  14/02/21  -  13:02
Projeto vai auxiliar economia da região
Projeto vai auxiliar economia da região   Foto: Matheus Tagé/AT

Um programa para reerguer a economia regional e auxiliar as prefeituras. Este é o objetivo do Plano de 100 Dias, posto em prática pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O objetivo da entidade é estar ao lado dos gestores públicos, para prestar consultorias e oferecer ferramentas que lhes permitam começar, sem gastos, a estruturar as políticas de fomento ao empreendedorismo.


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Na Baixada Santista, ao menos cinco municípios já participaram de reuniões e se comprometeram a seguir o plano: Santos, São Vicente, Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá. Bertioga informou que receberá os representantes do Sebrae amanhã. A Tribuna não obteve resposta dos demais. Das 645 cidades do Estado, até o momento 46 foram acionadas, o que revela um longo trabalho pela frente.


É um desafio que a coordenadora de Políticas Públicas do Sebrae, Manuela Colombo, está disposta a assumir, junto com a equipe. De acordo com ela, o plano, como o nome deixa claro, é voltado a medidas que podem ser adotadas logo no começo dos mandatos dos prefeitos, iniciados em 1º de janeiro, sem gasto.


“É o momento em que temos recurso para ajudar e fazer a diferença. Depois dos 100 dias, haverá uma série de outras soluções, tanto com os escritórios regionais quanto a unidade de políticas públicas, com consultorias especializadas em temas que podem gerar muitos benefícios, como melhorar a questão dos resíduos sólidos no Município.”


Portas abertas


Manuela revela que a equipe do Sebrae tem sido bem recebida nos municípios e a intenção não é ditar regras, mas colaborar. “A gente não quer falar: ‘Olha, tudo o que vocês precisam fazer está aqui’. A gente só oferece esse kit e a chance de caminharmos juntos.”


Com ações geralmente voltadas a empreendedores ou àqueles que querem começar a desenvolver um negócio – e que continuama ser parte do projeto –, desta vez o Sebrae abraça também o setor público. “Não adianta a gente só falar com o público que empreende ou que quer empreender se o Poder Público não trabalhar integrado. Se não ajudar, não tem como (reerguer a economia). Temos fortalecido a atuação em políticas públicas.”


A coordenadora do Sebrae explica que um contrato de um ano e meio foi firmado com a Fundação Getulio Vargas (FGV), para que articuladores de políticas públicas da instituição de ensino participem do processo.


“Temos deixado os articuladores à disposição. Eles são uma ponta a mais, trabalham em paralelo com o escritório regional do Sebrae-SP para ajudar a mobilizar o Poder Público em prol de políticas públicas estruturantes, porque sabemos que é difícil alguns projetos saírem do papel e, às vezes, precisam desse apoio e acompanhamento.”


Apoio à iniciativa


O presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), Mauro Sammarco, considerou o plano uma excelente iniciativa do Sebrae. Segundo ele, o projeto tende a estimular o empreendedorismo, tão impactado pela pandemia do coronavírus desde março do ano passado.


“Inegavelmente, trata-se de um grande movimento que, na essência, visa ao desenvolvimento e à recuperação da economia. Só com ações como essa, envolvendo também a sociedade em geral, conseguiremos superar esse difícil momento.”


Três pilares ajudam a estruturar plano de trabalho


O plano do Sebrae tem três pilares: Empreenda Rápido, Educação Empreendedora e Programa de Compras Públicas. “Escolhemos pilares robustos e estruturantes o suficiente para darmos as mãos aos municípios, independentemente da região onde estão inseridos. Cada programa e cada iniciativa podem ser adaptados à realidade local”, ressalta Manuela.


A coordenadora explica que o Empreenda Rápido é um programa que, num momento de crise como o vivido na pandemia, consegue trazer ao mundo do empreendedorismo pessoas que talvez nunca tenham tido oportunidade, de forma acessível e gratuita. Cursos técnicos do Senac e do Senai estarão disponíveis.


“É uma parceria com o Governo do Estado e está disponível para formar turmas com capacidade ilimitada. É só, realmente, ter esse acordo com a prefeitura para conseguir formar esses grupos.”


Fora da caixa


Em relação ao pilar da educação empreendedora, Manuela explica que “são programas que ajudam os jovens a pensarem um pouco fora da caixa”. Ressalta que a ideia é introduzir o conteúdo na grade de ensino desde muito cedo.


“A gente dá as apostilas, e é tudo de graça para as escolas da rede pública. Dependendo da faixa etária, tem programas diferentes”. Aos gestores, a coordenadora do Sebrae ressalta que foram lançados cursos a distância.


O terceiro pilar é o Programa de Compras Públicas. “É um plano amplo, que explica todas as inovações da lei, aplica um regime preferencial aos pequenos negócios e incentiva a geração de renda e desenvolvimento local.”


O presidente da ACS, Mauro Sammarco, entende que os pilares propostos pelo Sebrae casam com a filosofia que norteia a ACS Jovem (núcleo da instituição que busca desenvolver novas lideranças). “A base da ACS Jovem é o empreendedorismo, e o grupo está perfeitamente alinhado com os propósitos da nossa diretoria.


Santos põe vilas criativas à disposição; cidades se empolgam


As prefeituras visitadas pelo Sebrae demonstraram entusiasmo com a adoção do Plano de 100 Dias. Em Santos, a secretária de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo, Selley Storino, informou que o Município vai aderir aos pilares do projeto e colocou à disposição todas as vilas criativas. O acordo, no entanto, precisa ser assinado – ainda não há data.


Essa estrutura, segundo ela, chegou a ser elogiada pelos representantes do Sebrae em reunião da qual participou prefeito Rogério Santos (PSDB), na última segunda-feira. “Eles comentaram que Santos é uma das cidades mais estruturadas para receber essa ação.”


Nas vilas criativas, de acordo com a secretária, podem ser realizados trabalhos de qualificação profissional, com cursos do Senai e Senac, que têm parceria com o Sebrae.


mais adesões


São Vicente também entrará no programa. Em nota, a Prefeitura disse que “o objetivo é usar a parceria para capacitar comerciantes e quem trabalha no comércio, além de criar mecanismos, incentivar, capacitar e regularizar empreendedores que se encontram na informalidade.”


O secretário municipal de Emprego, Indústria e Comércio de Peruíbe, Mauro Machado, informou que está quase certa, para março, a oferta dos cursos fornecidos pelo Sebrae em parceria com outras entidades do Sistema S.


Itanhaém também vai adotar os cursos do Sebrae. A Prefeitura informou já ter recebido uma grade do projeto. Serão 150 cursos no primeiro semestre, todos gratuitos e com ênfase no empreendedorismo.
Em Mongaguá, a parceria também foi firmada. O prefeito Márcio Cabeça (Republicanos) aponta que a pandemia afetou a geração de renda na Cidade, e o apoio de instituições como o Sebrae neste momento abre caminhos para soluções visando à retomada.


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