Prefeituras da Baixada Santista rebatem dados sobre aplicação de vacinas da AstraZeneca vencidas
Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, 460 imunizantes fora do prazo foram aplicados na região
Atualizado em 02/07/21 - 17:42
As cidades da Baixada Santista se posicionaram sobre a informação de que 460 doses vencidas da vacina AstraZeneca, contra a covid-19, foram aplicadas na região. O dado foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo e tem como base registros oficiais do Ministério da Saúde.
De acordo com a reportagem da Folha de S. Paulo, Santos aparece entre as 10 cidades do país que mais aplicaram imunizantes da AstraZeneca fora do prazo de validade, totalizando 358 aplicações.
A prefeitura de Santos afirmou que não disponibilizou vacinas vencidas no município e que de todos os lotes mencionados pelo jornal Folha de São Paulo, apenas o 4120Z005, com validade para 14/04/21, foi recebido em Santos, na manhã do dia 26 de janeiro.
Ainda de acordo com a prefeitura, no mesmo dia, no período da tarde, as doses foram encaminhadas aos hospitais, unidades de pronto atendimento e Samu para que as instituições aplicassem as doses aos profissionais de Saúde.
Guarujá
Em Guarujá foram 42 doses aplicadas fora do prazo, segundo a reportagem. A prefeitura de Guarujá informou que não aplicou qualquer dose da AstraZeneca ou de outro fabricante com data de validade expirada.
Segundo a administração municipal, dos oito lotes que a cidade teria recebido de acordo com a matéria da Folha de São Paulo, apenas dois efetivamente chegaram ao município. O primeiro, o ‘4120Z005’, entregue no dia 27 de janeiro, com 3.530 doses, teve sua última dose aplicada no dia 2 de março. O vencimento constante na caixa era 14/04/2021.
O segundo, o ‘CTMAV520`, entregue no dia 26 de abril, com 1.220 doses, teve sua última dose aplicada no dia 13 de maio. O vencimento constante na caixa era 31/05/2021.
Itanhaém
Na reportagem da Folha, consta que Itanhaém aplicou 14 doses fora do prazo de validade. A prefeitura informou que em 26 de janeiro receberam 1070 doses do lote 4120Z005, com vencimento em 14 de abril e que foi utilizado na vacinação de profissionais da Saúde em janeiro e fevereiro, antes do vencimento.
A prefeitura de Itanhaém disse que em 26 de janeiro receberam 1070 doses do lote 4120Z005, com vencimento em 14 de abril e que foi utilizado na vacinação de profissionais da Saúde em janeiro e fevereiro, antes do vencimento. A Secretaria de Saúde ressaltou que não aplicou doses vencidas e que o outro lote citado na matéria da Folha CTMAV501, com vencimento em 30 de abril, não foi distribuído para o município.
Peruíbe
Já em Peruíbe, 12 doses fora do prazo foram aplicadas, segundo o levantamento da Folha. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a cidade não recebeu o lote mencionado e que o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), do Governo do Estado, também há confirmou que essas doses não foram enviadas à cidade.
São Vicente
São Vicente aplicou 16 doses da vacina AstraZeneca fora do prazo de validade, segundo o levantamento. A prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), informa que recebeu a vacina do lote 4120Z005 e distribuiu para as unidades de saúde em fevereiro. O vencimento do frasco expirava em 14 de abril, portanto, não estavam venciddas. Os outros três lotes, CTMAV520, CTMAV501 e 4120Z001, não foram entregues na cidade.
Mongaguá
Em Mongaguá, duas doses foram aplicadas fora do prazo de validade, de acordo com o levantamento da Folha. Segundo a prefeitura de Mongaguá, dos lotes citados na matéria, o município recebeu o lote 4120Z005, com vencimento no dia 14 de abril, que foi aplicado dentro da validade, no final de janeiro e na primeira quinzena de fevereiro.
Cubatão
O levantamento da Folha aponta que 13 vacinas vencidas foram aplicadas no município. De acordo com a secretaria de Saúde de Cubatão, nenhuma dose vencida de vacina contra a covid-19 foi aplicada na cidade. O município analisou os registros de chegada de imunizantes, o Serviço de Vigilância Epidemiológica detectou que a cidade não recebeu os lotes ctmav501 e ctmav505 referentes à 12 doses vencidas que constam na reportagem da Folha.
O outro, totalizando as 13 doses, foi um erro no preenchimento do cadastro de um profissional de Saúde da UBS Jardim Nova República. evereiro. Ao tomar em 26 de abril a segunda dose de outro lote (213vcAo20u, vencimento em 17 de setembro), o lote da primeira dose acabou sendo repetido no preenchimento do cadastro. A situação foi identificada por meio da conferência do cartão de vacinação do profissional, que traz o lote correto na segunda dose.
Praia Grande
Em Praia Grande, o levantamento do jornal afirma que três doses vencidas foram aplicadas. A Secretaria de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande informou que não recebeu nenhum dos lotes citados como vencidos e que o que ocorreu foi que, na hora de passar para o sistema do governo do Estado, três pessoas vacinadas foram incluídas com lote errado.
Ainda de acordo com a Sesap, na hora de selecionar o lote, o funcionário acabou clicando em um lote diferente do verdadeiro. As três pessoas já foram contatadas e as carteirinhas onde consta o lote correto, estão sendo apresentadas à correção do erro de digitação.
O que diz o Estado
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que todos os lotes foram distribuídos dentro do prazo de validade e que a pasta orienta os municípios sobre a aplicação da vacina contra a covid-19 e a importância da verificação da data de validade antes do uso do frasco.
Segundo a SES, por meio da plataforma VaciVida, sistema on-line que permite o monitoramento dos vacinados, a secretaria identificou 4.772 registros em 315 municípios que sugerem aplicações dos imunizantes da AstraZeneca após o vencimento.
A pasta está informando as prefeituras que são as responsáveis pela aplicação das vacinas para realizar busca ativa desta população. Caso seja uma situação de erro de digitação do lote ou de data de aplicação, os municípios também podem realizar a correção na plataforma.
Se constatada a aplicação de uma vacina fora da validade, o caso deve ser avaliado individualmente para definição da conduta apropriada definida pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações).
