Prefeito de Guarujá fala sobre pandemia, projetos, investigação e mais

Válter Suman fez um balanço de 2021 e sobre o que espera para o ano que vem

Por: Sandro Thadeu  -  29/12/21  -  09:57
  Foto: Carlos Nogueira/AT

O prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), afirmou que a pandemia de covid-19 foi o maior desafio de um gestor público nos últimos 100 anos, mas isso não impediu o avanço de importantes obras, como as moradias do Parque da Montanha e a macrodrenagem do Rio Santo Amaro. Ele projeta, ainda, vários avanços no próximo ano. Confira a seguir os principais trechos da entrevista, concedida por e-mail.


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Qual o breve balanço que o senhor faz de 2021?


Iniciamos 2021 com muitas incertezas em razão da pandemia de covid-19, que foi o maior desafio de um gestor público nos últimos 100 anos. Lutamos contra o tempo e no escuro para preservar vidas, enfrentando um inimigo invisível e ávidos pelas vacinas contra a covid-19. Além da falta de doses, houve hiperinflação no preço de insumos básicos, queda de arrecadação, supressão de postos de trabalho e uma necessária retomada econômica diante de uma ameaça real e onipresente. Mas Guarujá teve um papel de destaque no Estado nas tomadas de decisões, duras quando necessário e arrojadas quando possível. Esse papel de protagonismo da Cidade é reconhecido por autoridades regionais e estaduais.


Algum projeto ou investimento programado para este ano ficou inviabilizado por causa da pandemia? Quais os investimentos previstos para 2022?


Para 2022, temos inúmeros projetos a acelerar. Dois dos mais relevantes são a construção do novo prédio da UPA de Vicente de Carvalho, em lugar do atual pronto-socorro, e mais uma unidade de Educação Infantil. Vamos atrás de concretizar projetos de micro e macrodrenagem para contemplar outras bacias ainda não atendidas, uma vez que nas regiões do Rio do Meio e do Rio Santo Amaro já temos intervenções de grande porte em andamento. A pandemia atrasou muita coisa, mas as obras que já estavam em andamento não pararam, como é o caso do Parque da Montanha, a macrodrenagem do Rio Santo Amaro e as redes de drenagens, pavimentações e repavimentações no Pae Cará, Sítio Conceiçãozinha e Maré Mansa, entre outras inúmeras localidades. O (documento do) prédio do novo 21º Batalhão da Polícia Militar, num terreno doado pela Prefeitura, será assinado em janeiro e as obras começam em seguida.


Até que ponto a denúncia da Polícia Federal, com o senhor como um dos investigados, atrapalhou o andamento da gestão?


Temos um governo coeso, com secretários experientes, grande parte desde o início do primeiro mandato. A Cidade segue com grandes realizações, numa crescente desde o começo, com projetos estratégicos que já saíram do papel, como a retomada do conjunto Parque da Montanha, e outros que avançam com desenvoltura, como o Aeroporto Civil Metropolitano e o prolongamento da Avenida D. Pedro, em fase final de licenciamento ambiental e que deve ser assinado em 2022 com o Estado.


A Prefeitura pretende lançar concurso público? Se sim, para quais áreas?


Estamos finalizando já para o início do ano um concurso para a área da Educação, visando à contratação de professor de Educação Básica III e inspetor de alunos. Convocaremos em 2022 cerca de 100 guardas municipais já aprovados em concurso vigente, e avaliar a possibilidade de criar novo concurso para este cargo.


O senhor pretende melhorar a contratualização com o Hospital Santo Amaro? Se sim, quais melhorias estão previstas? O que está no contrato hoje?


Um dos grandes desafios recentemente superados foi a implantação da unidade de Hemodinâmica. Outra vitória foi o recente aumento dos leitos de UTI SUS, na ordem de 50%, conseguido por meio da contratualização, com aporte financeiro do tesouro municipal. Pretendemos continuar avançando com o aporte financeiro para melhora e adequação do layout do banco de sangue para o hemonúcleo. Para o próximo exercício, a ideia é aumentar o número de cirurgias eletivas, incluindo as cirurgias que dependem de próteses ortopédicas, e cirurgias oncológicas. Também temos a meta de zerar as filas para oftalmologia e consultas de especialidades.


Como está o processo para viabilizar a instalação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Mais?


É um projeto antigo, amplamente discutido, e depende da logística do Governo Estadual para ser implantado. Ele chegou a ser autorizado em 2017, mas, infelizmente, não saiu do papel. É um sonho que ainda pretendemos realizar.


O senhor acredita que a reformulação da entrada da Cidade terá início neste ano? Qual o investimento previsto? E a fonte desses recursos? O senhor poderia detalhar essa obra?


Já temos um anteprojeto feito recentemente e estamos integrando-o a um outro projeto identificado pela nossa Secretaria de Planejamento, contratado pela Prefeitura em 2012 e que precisa ser atualizado à nova realidade do Município. Então, estamos trabalhando nessa intersecção. A ideia é que Estado e Ecovias trabalhem juntos, até porque os recursos virão do Governo Estadual, com quem já estamos em tratativas. São obras absolutamente fundamentais para aliviar o estrangulamento tanto da entrada quanto da saída da Cidade.


Quando o senhor pretende encaminhar o novo Plano Diretor para a Câmara? Quais são as diretrizes centrais dessa proposta e ganhos previstos para a Cidade?


Estamos na fase de construção do Plano Diretor, compilando o diagnóstico, que deverá ser fechado em janeiro. O passo seguinte é definir o prognóstico, que estabelecerá as metas que desejamos alcançar. Depois disso, partimos para a fase de audiências públicas e só então vamos enviar o projeto de lei à Câmara. Por lei, o Plano Diretor precisa ser revisto até 2023 e tem de caminhar no sentido de capilarizar o desenvolvimento de Guarujá, sobretudo para as regiões da Enseada e leste.


O senhor pretende viabilizar no próximo ano a intenção de instalar condomínios logísticos e industriais em Vicente de Carvalho? O que falta para concretizar essa ideia?


A Prefeitura já lançou uma Proposta de Manifestação de Interesse que está sendo analisada por um consórcio de empresas para estudo de viabilidade econômica da área retroportuária da Cidade, que tem 4 milhões de metros quadrados e muitas possibilidades a oferecer ao setor. Com a pandemia, houve uma retração natural, mas, agora, com a retomada, a expectativa é que haja um reaquecimento dessa discussão. Também estamos preparando um pacote de incentivos para empresas offshore do setor de petróleo e gás, outro grande potencial da Cidade.


Como o Aeroporto Civil Metropolitano pode incrementar o turismo da Cidade? Qual a previsão de o local receber os primeiros voos comerciais?


Temos a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), contratada pela Prefeitura, tocando firme esse projeto e nunca estivemos tão perto de concretizar esse antigo sonho de Guarujá e de toda a Baixada. Há um pedido de liberação de R$ 5,5 milhões junto ao Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac) para o cercamento e melhorias na pista, e os contêineres que vão formar nosso terminal de passageiros modular já estão na Base Aérea prontos para a montagem. Tudo fluindo, teremos os primeiros voos charter já nos próximos meses. Sem dúvida, o Aeroporto de Guarujá abre inúmeras possibilidades para o turismo regional.


Como a Cidade está se estruturando para receber mais turistas e gerar novos postos de emprego?


Aproveitamos a pandemia para investir no reforço da estrutura turística da Cidade, com a inauguração do Mirante das Galhetas e seu piso de vidro, sucesso absoluto. Iniciamos as obras dos banheiros e duchas que serão instaladas nas sete praias urbanas de Guarujá e estamos na fase final da construção da Nova Praça dos Expedicionários, que está sendo inteiramente remodelada e terá uma fonte interativa musical com 115 jatos d’água e iluminação ornamental. Também serão intensificadas obras da Sabesp para ampliar a rede de saneamento básico e fornecimento de água, o que só é possível graças à contratualização que o Município celebrou com a empresa, há cerca de dois anos. Guarujá já formalizou mais de 16 mil novos microempreendedores individuais, os MEIs, sendo 4 mil só em 2021. Já mandamos para a Câmara Municipal o Plano de Desenvolvimento da Economia e Atração de Investimentos, que prevê uma série de outras medidas, incluindo, até, isenções fiscais, para turbinar a nossa retomada.


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