Caio França (PSB) iniciará, em 15 de março, o segundo mandato como deputado estadual em São Paulo. Oitavo parlamentar mais votado, ele conseguiu se reeleger em uma Assembleia Legislativa que teve uma renovação de 55% dentro do quadro político. Fato que faz o pessebista valorizar mais ainda seu desempenho nas urnas.
Após o partido ter sido oposição ao governador João Doria (PSDB) no pleito em 2018, França garante que o PSB será uma legenda independente aos atos do Executivo. Já dentro da Casa, o deputado defende que os representantes da Baixada Santista se unam na defesa de interesses da região, acima de bandeiras partidárias.
Em relação aos projetos para a Baixada, Caio França destaca: "Precisamos de mais investimentos em diversas áreas". Entre os setores principais, ele ressalta a saúde, a infraestrutura, a segurança e a geração de emprego.
AT - A Assembleia Legislativa passou por uma renovação de 55% dos deputados. Como o deputado enxerga esse momento?
Caio França - Essas mudanças ocorreram em praticamente todas as Casas Legislativas. Encaro como uma resposta da sociedade em relação à oxigenação que querem na política. Por isso, valorizo ainda mais a votação que tive na minha reeleição.
AT - O PSB teve uma redução no número de representantes em relação à última legislatura, de 11 para 8. Como o senhor analisa o momento do partido?
França - Na verdade, o PSB fez 6 deputados em 2014, e nessa eleição fez 8 deputados. Acontece que, durante a atual legislatura, trouxemos 5 deputados (na janela partidária). Teremos a terceira maior bancada da Alesp. Portanto, vejo como um crescimento. O PSDB caiu de 21 para 8, o PT de 14 para 10. Aí sim, tem uma redução!
AT - O PSB fez oposição ao governador João Doria nas eleições, mas, durante praticamente quase toda a última legislatura, era base de apoio do PSDB de Geraldo Alckmin. Qual deve ser a posição do partido em relação ao Executivo?
França - Ajudamos o governador Alckmin durante o seu mandato, pois nos sentíamos responsáveis pelas suas ações. O vice-governador era do PSB (Márcio França), e caminhamos juntos na sua eleição. Com relação ao governador João Doria, teremos uma postura de independência. A bancada terá toda a liberdade para se posicionar nas matérias trazidas pelo governo.
AT - Hoje, o senhor é líder do partido na Alesp. Essa liderança deve ser mantida para a próxima legislatura?
França - Trabalhamos com um rodízio entre os deputados, portanto, é natural que outro deputado assuma a liderança no início da nova legislatura.
AT - Como tem sido a relação com os outros deputados eleitos do partido?
França - A relação é muito boa, pois já conheço todos eles há algum tempo. Temos uma bancada bastante unida. O PSB é meu único partido, e isso facilita no dia a dia.
AT - Como tem sido o diálogo com os outros representantes da Baixada Santista?
França - Tenho conversado com todos eles. Temos diversas pautas em comum, e isso facilita. O principal é que a Baixada Santista e o Vale do Ribeira sempre estarão acima de qualquer posição partidária.
AT - Quais bandeiras o senhor pretende defender nesta legislatura?
França - Vou me dedicar bastante a alguns temas: melhorar e ampliar o sistema de saúde da região, garantir a qualidade na educação pública e investimentos em obras de infraestrutura e mobilidade. Pretendo, também, me empenhar na geração de empregos por meio da 'economia criativa' e em melhorias para a segurança pública.
AT - Na sua opinião, quais as maiores necessidades da Baixada Santista em relação ao governo estadual?
França - Precisamos de mais investimentos em diversas áreas. Precisamos aumentar o número de leitos nos hospitais da região, viabilizar mais AMEs, garantir recursos para obras de infraestrutura e mobilidade fundamentais, como a ponte Santos/Guarujá, a continuação do VLT até a Área Continental de São Vicente, conjuntos habitacionais e entrada de Santos. Me preocupo muito, também, com a geração de empregos em nossa região. As grandes obras também ajudam.
AT - O governo estadual suspendeu contratos em áreas como turismo e saúde, o que afetou cidades da Baixada Santista. O senhor tem buscado uma articulação para a retomada desses convênios?
França - Lamento muito a decisão tomada pelo governador João Doria. A população mais carente é que mais sofre com esses cortes, especialmente na saúde. Os convênios obedeceram todas as exigências legais, e não vejo outro motivo que não seja 'retaliação política'. Tenho conversado com os secretários responsáveis pelas pastas para explicar convênio por convênio. Espero que o governador tenha bom senso para reverter a decisão.
AT - Como fazer para aproximar a população da Assembleia Legislativa?
França - Faremos um mandato com muita interação com as pessoas. Tanto por meio das mídias sociais quanto com audiências públicas, e a minha presença constante nas cidades. Esse é o principal!
AT - O que a Baixada Santista pode esperar do senhor na Alesp?
França - A Baixada pode esperar um deputado aguerrido para defender os interesses da nossa região, sempre pautado pela coerência, honestidade, lealdade e humildade. Estarei lá para garantir o desenvolvimento regional!