Uma das principais orientações médicas neste momento para evitar qualquer possibilidade de contágio por coronavírus é evitar aglomerações. Apesar disso, é grande a necessidade de muitos moradores em utilizarem transportes públicos que, em horários de pico, ficam lotados.
A Reportagem observou o embarque e desembarque em diversas plataformas, de ônibus, VLT e barcas da Dersa, o balanço apurado entre os entrevistados foi de preocupação sem muito compromisso. As pessoas ouvidas até evitam encostar em objetos, mas não abrem mão de seguir a rotina.
“Eu, na minha idade, não tenho medo de nada. Nos prevenimos ao evitar alguns contatos e usar álcool em gel, até carrego um na bolsa. Mas não tem jeito, a minha filha faz bolo e preciso entregá-los. É o ganha pão”, diz Néa Correia Rabelo, aposentada de 75 anos, ao desembarcar do VLT.
Higienização
Entre as Prefeituras e companhias responsáveis pelos transportes públicos, a maioria ressalta limpar os veículos antes e depois do dia em circulação.
O médico infectologista Marcos Caseiro orienta: “se as empresas puderem aumentar a quantidade de vezes de limpeza com em álcool em gel” será melhor. “A conduta mais importante nesse momento é que as pessoas com problemas respiratórios fiquem em casa, em isolamento residencial”.
A Dersa informou que atende as diretrizes do Governo de São Paulo que criou um Centro de Contingência para monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo Coronavírus.
“Todas as embarcações das travessias receberam material visual contendo informações sobre medidas de prevenção, assim como a limpeza que ocorre diariamente, principalmente nas lanchas”.
A Viação Piracicabana, em Santos, informa que segue as recomendações do Ministério da Saúde e demais órgãos competentes, redobrando a atenção nos ônibus. “Estamos trabalhando em campanhas de conscientização internas para os colaboradores, a fim de zelar pela saúde de bem estar de todos”. A BR Mobilidade Baixada Santista diz seguir as mesmas orientações, em relação aos ônibus intermunicipais e VLTs
A Otrantur, em São Vicente, ressalta a limpeza dos ônibus e estuda uma campanha de conscientização junto aos passageiros que utilizam o transporte da cidade.
Situação não é crítica
Caseiro explica que a região não está em situação crítica. “Não temos casos. Então, temos que aprender o que as informações da China nos deram. É uma transmissão de contato e, assim que nós devemos proceder, com cuidados ao lavar as mãos, e evitar encosta principalmente em locais onde todo mundo coloca a mão”.
Ele informa que “não há o menor sentido de uma pessoa usar máscara”, a não ser que trabalhe na área de saúde, em ambiente hospitalar.
“Não é uma doença de transmissão respiratória. Em ambiente público, usar máscara é uma piada, não tem a menor lógica neste momento”, diz Caseiro. “Devemos tomar os cuidados de assepsia, lavar as mãos, usar álcool gel, evitar de tocar a mão no rosto, aglomeração e nem pensar em viajar para fora do País”.
Segundo momento
O infectologista aponta, porém, que, num segundo momento, quando a epidemia chegar, outras medidas devem ser adotadas. “Ela vai chegar. Nós vamos ter casos até o fim do mês e um pico até os 15 primeiros dias de abril. Acho que as pessoas idosas, principalmente aquelas com idade acima de 70 anos, deverão fazer um isolamento social, ficarem quietinhas em casa”.