Municípios da Baixada Santista têm alto risco de contágio da febre amarela

Preocupação dos municípios é com o volume de pessoas que visitam áreas de risco e que precisam estar imunizadas

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  27/11/18  -  10:00
Aedes aegypti também transmite a doença; alerta para o Litoral
Aedes aegypti também transmite a doença; alerta para o Litoral   Foto: Portal Brasil

Os municípios da Baixada Santista e o restante do Litoral Paulista estão classificados como alto risco de contágio da febre amarela. Por isso, o Estado orienta moradores e turistas a tomarem a dose imunizante pelo menos 10 dias antes de seguirem viagem da ou para a região. A alta temporada coincide com a época de maior risco de se contágio. “A alternância de calor e chuva abundante eleva o risco do vírus circular”, afirma a diretora técnica de imunização da Secretaria Estadual da Saúde. Helena Sato.


A preocupação da pasta e dos municípios é com o volume de pessoas que visitam áreas de risco e que precisam estar imunizadas. A Secretaria de Saúde teme explosão de casos, similar às recentes epidemias de dengue.


Helena explica que locais de Mata Atlântica densa, como trilhas ou cachoeiras, são mais propícias para o contágio. “O vírus não circula no centro da cidade ou na praia. Ele está na área de mata e há perigo para quem não foi vacinado”, cita Helena.


Casos de febre amarela voltaram a ser registrados por aqui no começo do ano, quando a Baixada Santista foi classificada como de potencial transmissão. O vírus migrou de áreas de mata do Rio de Janeiro, que faz divisa com o Litoral Paulista. A suspeita é que a patologia tenha regressado ao País vinda da América Central. Desde a década de 1940, o Brasil não registra casos urbanos (apenas em silvestres).


Proteção efetiva


A doença é transmitida por mosquitos silvestres e a mudança de classificação de área epidemiológica na região se deve à livre circulação do vírus. “É uma doença brava, que mata até a metade das pessoas infectadas. Diferente de outras patologias, como dengue, a febre amarela tem uma proteção efetiva, que é a vacina”, resume o médico infectologista Marcos Caseiro.


Conforme último balanço epidemiológico a Secretaria Estadual da Saúde, neste ano, 502 pessoas contraíram o vírus no Estado. Desse total, 175 pacientes morreram (ou 35%). Na Baixada, foram sete casos e quatro óbitos – Guarujá (1), Itanhaém (1) e Peruíbe (3 casos com 1 morte). No Litoral Norte, 14 ocorreram, dos quais cinco vítimas fatais – São Sebastião (3 casos com 2 óbitos) e Ubatuba (11 casos com 3 óbitos).


Do total, 30,2% das infecções por febre amarela foram contraídas em Mairiporã e 9,5% em Atibaia. Essas duas cidades respondem por 39,7% dos casos de febre amarela silvestre no Estado, e já têm ações de vacinação em curso desde 2017. Entre as pessoas que tiveram a doença neste ano, 28 morreram. No ano passado, foram 14 mortes.


O risco de infecção ao visitar uma área de risco sem estar imunizado é real. Santos teve dois registros (um vindo de São Vicente e outro da Capital). A rede clínica da Cidade analisou 41 casos suspeitos (23 de residentes de Santos), com 39 deles descartados.


Conforme o Programa Nacional de Imunizações, apenas dois em cada cinco moradores da região estão vacinados contra a doença – quantidade inferior à meta estipulada pelo Ministério da Saúde, de 95%. Guarujá está mais avançada, com 183 mil doses aplicadas contra a febre amarela (66,25%). São Vicente tem o menor percentual, com menos de 6% (8.812 vacinas).


“As pessoas que vão viajar para áreas endêmicas, que moram perto de zona de mata é obrigatoriamente deva ser vacinada. Quem está na dúvida se tomou a dose, tome novamente, pois funciona como um reforço”, diz Caseiro.


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