Um folheto que está circulando nas redes sociais está usando nomes de médicos para “receitar” um medicamento homeopático para tratar o novo coronavírus. Apesar de ser uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, não pode ser usada indiscriminadamente dessa forma, alertam especialistas no assunto.
O folheto que foi sendo repassado pelas redes sociais e aplicativos de mensagem usa a informação de uma campanha que de fato existe para tentar passar credibilidade.
Nele, há informação de uma campanha na Baixada para usar a medicação homeopática como medida de ação preventiva contra a Covid-19.
Essa campanha de fato existe e se chama Homeopatia na Covid, conforme noticiado por A Tribuna, em 23 de junho deste ano. A ação ocorre em todo o País, com promoção da Associação Médica HomeopáticaBrasileira (AMHB). Na região, há seis médicos participando dos atendimentos, que são gratuitos e virtuais. Na notícia, há, inclusive, a explicação do medicamento que deve ser usado na região: Arsenicumálbum 30CH.
Na foto das redes sociais, é reproduzida a informação do jornal, mas acrescida de uma lista de outros remédios, além da lista dos médicos e também os locais onde as pessoas podem encontrar os remédios.
“Esse folder passa uma ideia errada que a gente recomenda medicação. A gente nunca recomenda medicação dessa forma. Homeopatia não é vacina, é um trabalho de aporte junto às outras práticas e protocolos. É uma especialidade integrativa”, reforça Roberto Debski, um dos médicos voluntários na ação.
Não é receita pronta
O especialista reforça que a homeopatia não é uma receita pronta para todos. É preciso individualizar os sintomas, as condutas. “Existem estudos de medicamentos mais usados de acordo com sintomas gerais e individualizados. Esse (Arsenicumálbum 30CH) é um deles, mas o tratamento é sempre individual”, alerta.
Com receita
Em nota, a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) diz que recomenda sempre aos voluntários da Campanha Homeopatia na Covid que a prescrição seja individualizada e orienta as farmácias a só aviarem medicação com receita médica. “A AMHB não recomenda divulgar medicamentos para automedicação”.