O funkeiro santista MC Bola, que ficou conhecido nacionalmente com a música “Ela é Top”, dribla efeitos da pandemia na música e ousa experimentação no 'trap', gênero que mistura rap com beats de eletrônico.
A equipe de ATribuna.com.br entrevistou o MC sobre suas produções mais recentes e novas apostas musicais para os próximos meses. Confira os detalhes na videorreportagem acima.
Com mais de 20 anos de carreira no movimento funk, MC Bola - que navega do funk pop ao consciente - encontra espaço para criatividade em meio à crise causada pela pandemia do coronavírus. “Eu abri um pouco o meu leque [musical], pois depois de ficar tanto tempo sem fazer nada, você começa a pensar em novas ideais”.
Foi a partir dessa premissa que Bola decidiu se arriscar no trap, gênero criado em meados dos anos 2000, nos Estados Unidos, que mistura rap com beats de música eletrônica e tem se popularizado nos últimos anos não só na música internacional como também no Brasil – nomes como Post Malone, Anitta, Racionais e Baco Exu do Blues já 'bebem' dessa fonte.
“Eu vou arriscar e gravar no mês que vem um trap, muita gente está pedindo nas minhas redes e como eu sempre gostei de desafios, vou tentar o trap também”, comentou ao dizer que a primeira gravação da nova aposta está prevista para o dia 10 de maio.
Na mesma linha de produção musical periférica, Bola também aproveita a distância dos bailes funks, que são a principal renda não só dele, mas de todos os demais trabalhadores – de produção e staff até as pessoas que vendem lanches e bebidas na porta desse tipo de evento – para investir em parcerias.
O funkeiro participou da gravação de “Made in Funk”, DVD com o grupo Presença, lançado na semana passada no YouTube.
Bola explica que a novidade tem sido bem recebida pelo público, tendo em vista que os dois gêneros musicais nasceram na periferia do País. “Eu costumo dizer que o funk e o pagode caminham na mesma rua, são ritmos muito semelhantes, os dois tem origem no gueto”, explicou.
“Com a falta dos bailes e shows, eu estou tentando investir em músicas e clipes, porque já foram dois anos comprometidos pela pandemia”, finalizou.