Litoral de SP tem mais de 168 mil pessoas que não tomaram a segunda dose da vacina contra covid-19

Prefeituras convocam os munícipes para completar a vacinação. Médicos demonstram preocupação com os dados

Por: Daniel Gois  -  21/01/22  -  07:57
Atualizado em 21/01/22 - 15:55
Mais de 168 mil moradores do litoral de SP não receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19
Mais de 168 mil moradores do litoral de SP não receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Mais de 168 mil moradores do litoral de São Paulo não receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19. Por isso, as prefeituras da região adotam diferentes estratégias para atrair os faltosos. Os números foram obtidos por A Tribuna.


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Em Santos, são 40.096 faltosos entre os 380 mil que receberam a primeira dose. O número corresponde a 10,5% do total. A Prefeitura afirma que a proporção de faltosos já chegou a 18% e que tem feito busca ativa dos faltosos, com divulgação de informações sobre a vacinação nas redes sociais, ligações feitas pelas equipes das policlínicas e trabalhos de agentes comunitários.


São Vicente possui 24.314 moradores que não retornaram aos postos para receber a segunda dose. A quantidade corresponde a cerca de 7,95% da população. A Secretaria de Saúde (Sesau) destaca que adotou o Carro da Vacina, que já vacinou mais de 2 mil pessoas em pouco mais de um mês, além da vacinação obrigatória de servidores públicos.


Praia Grande tem cerca de 3 mil moradores que não se imunizaram com a segunda dose da vacina contra a covid-19. O Município possui 86% de pessoas vacinadas com a primeira dose e quase 74% da população total com o esquema vacinal completo. A Prefeitura afirma que desde dezembro tem feito uma busca ativa das pessoas que estão com a vacina em atraso.


Guarujá é a cidade da Baixada Santista com mais faltosos para a segunda dose. Até quarta-feira (19), eram 74.963 pessoas que não receberam o imunizante, o que corresponde a 26% da população vacinável. A Cidade possui mais de 81% da população apta vacinada com a primeira dose, 74% com a segunda dose e 31% com a dose de reforço. A Prefeitura afirma que "não tem medido esforços para atrair os faltosos na imunização". Em dezembro, eram 83 mil faltosos para a segunda dose na Cidade.


Bertioga conta com 5.666 moradores que não foram aos postos de vacinação para tomar a segunda dose. O número representa 9,89% da população vacinável. A Secretaria de Saúde do Município afirma que tem feito contato telefônico, divulgação em canais oficiais convocação nominal de faltosos através do Boletim Oficial.


Cubatão tinha, até terça-feira (18), 7.136 pessoas com a segunda dose atrasada. A maior abstenção é na faixa de 20 a 29 anos, com 2.125 faltosos. A Prefeitura destaca que o número de pessoas com doses em atraso vem caindo semana a semana. Em 23 de novembro, a quantidade era de 12.556 pessoas.


Itanhaém conta com 8.789 moradores que não receberam a segunda dose e 22.644 faltosos para a dose de reforço. A Prefeitura tem convocado as pessoas por WhatsApp e também através de agentes de saúde.


Segundo o Serviço Municipal de Vigilância Epidemiológica de Peruíbe, a Cidade tem 4.500 munícipes que não tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19, o que representa 6,52%. A Prefeitura tem feito telefonemas, convocações e buscas de faltosos por meio de agentes comunitários de saúde.


A Prefeitura de Mongaguá afirma que tem mais de 49 mil pessoas vacinadas com a primeira dose e que mais de 43 mil imunizantes foram destinados para a segunda dose. O número de faltosos não foi informado. A Administração Municipal garante que realiza busca ativa de quem tem alguma dose em atraso.


Riscos

Infectologistas ouvidos por A Tribuna alertam para os riscos que uma imunização incompleta contra a covid-19 pode causar.


O diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Leonardo Weissmann, considera os números preocupantes.


"A vacina não impede a infecção, mas ela protege contra formas graves da covid-19, hospitalizações e óbitos. Muitas pessoas ainda têm a falsa sensação de que uma dose é suficiente e não retornam às unidades de saúde para tomar a segunda dose e a dose de reforço. É necessário que as pessoas se conscientizem sobre a necessidade da vacinação completa para que se alcance o máximo de proteção", afirma Weissmann.


Já a infectologista Elisabeth Dotti alerta para os riscos que a não vacinação pode acarretar em caso de casos graves da covid-19


"Você percebe um perfil de negacionismo, ou um desleixo com a saúde, refletindo na própria saúde e na de todos. Conforme você aumenta a ocupação dos leitos de UTI, a pessoa com covid vai disputar a vaga com outro paciente", explica Elisabeth.


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