Falta de água preocupa moradores às vésperas do verão no litoral de SP

Há reclamações em São Vicente, Praia Grande e Mongaguá; temor é de piora na temporada

Por: Fernanda Balbino  -  29/11/22  -  18:44
Em Praia Grande, pelo menos dois bairros tiveram problemas no abastecimento de água no final de semana
Em Praia Grande, pelo menos dois bairros tiveram problemas no abastecimento de água no final de semana   Foto: Alexsander Ferraz/AT

As fortes chuvas do fim de semana acenderam um sinal de alerta para moradores de bairros de Praia Grande e São Vicente que ficaram sem água por quase 24 horas. O temor é de que, com a chegada do verão, no mês que vem, o problema se intensifique, já que a estação é marcada por fortes temporais após dias quentes, em que o consumo é ainda maior.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Morador do bairro Guilhermina, em Praia Grande, o técnico em eletrodomésticos Alexandre Feijó Costa ficou sem água na última sexta. Segundo ele, ao ligar para a Sabesp, sempre ouve a informação de que o abastecimento será normalizado no fim da tarde, o que não aconteceu no final de semana.


“Na sexta-feira pela manhã, informaram que seria feita uma manutenção. Passaram sexta, sábado, domingo e todos os dias informavam que a água voltaria no final da tarde, o que não aconteceu. Chegamos na segunda sem água. Liguei várias vezes no 195 e não tem atendente”, destaca.


O morador de Praia Grande aponta, ainda, que não é a primeira vez que o problema acontece. “Já foram umas dez vezes neste ano que tivemos tal problema. Quando não é baixa pressão, é falta de água mesmo e falam que é manutenção. Ficamos três ou quatro dias sem água e não falam nada, nenhuma satisfação”.


Problema seletivo

Segundo Costa, nas casas em que o consumo de água é menor, os vizinhos demoram para sentir o problema. “As caixas d’agua daqui são de 500 litros. Na minha casa, que tem mais gente, a gente percebe mais rápido. Mas aqui temos muitos idosos, que consomem menos e não percebem”.


O mesmo relato tem a autônoma Andrea Cristina Lopes de Oliveira, que mora no Caiçara, em Praia Grande, há cinco meses. Desde então, segundo ela, foram muitas faltas de água aos finais de semana. O problema começa nas quintas-feiras à noite e o fornecimento só é restabelecido às segundas-feiras.


“A gente vem sofrendo desde o dia 12. Liguei várias vezes perguntando e simplesmente passam a informação de que é manutenção na rede. Na quinta-feira, houve redução. Estão reduzindo de quinta a domingo. Como será no verão?”, questiona a autônoma, que precisou improvisar uma bomba para que a água suba até a caixa d’água.


Mongaguá

O estivador Willians Pereira da Silva também teme o início da temporada de verão no bairro Flórida Mirim, em Mongaguá. Ele explica que o problema é recorrente, mas, desta vez, começou na manhã da última sexta e continuou ontem.


“Eu tenho um comércio embaixo e moro em cima. No andar de baixo, a água ainda chega, mas não tem pressão para subir. Tem acontecido constantemente. Nossos medos são o fim do ano e a temporada. Dão prioridade para o lado da praia e o lado do morro fica sem perspectiva. Além de tudo, não nos dão previsão real de quando o problema vai ser resolvido”, afirma o estivador.


Já na Vila Margarida, em São Vicente, foram quase 20 horas sem água. Lá, as torneiras também começaram a ficar secas na sexta-feira.


O problema é recorrente naquela região, com momentos diários de interrupção, explica a assistente de ouvidoria Thays Oliveira Leite. Dessa vez, a água voltou ainda no final de semana. “Parece que retornou ao normal, vamos aguardar, ver até quando vai durar”.


Sabesp

Procurada, a Sabesp informou que na manhã desta segunda (28) estava normalizando o sistema integrado de abastecimento de água da Baixada Santista. “A companhia esclarece que as fortes chuvas registradas na noite de domingo (27) atrasaram a recuperação das condições do tratamento da água bruta que chega nas captações dos mananciais, onde desde sexta-feira as chuvas deslocaram grande quantidade de lama, pedras, troncos, galhos e outros materiais que comprometeram a vazão de água tratada nas estações”.


Segundo a companhia, técnicos se revezaram em turnos para normalizar o volume de água captada nos rios e, consequentemente, a vazão de tratamento da água oferecida à população. “Caso ainda seja identificada alguma alteração no fornecimento de água, a Sabesp pede para entrar em contato e informar um endereço completo pelos canais de atendimento da empresa, durante 24 horas, pelos telefones 195 ou 0800-0550195 (ligação gratuita)”.


Logo A Tribuna
Newsletter