Estoque de vacinas contra a Covid-19 na Baixada Santista pode acabar em questão de dias

Algumas cidades, inclusive, não garantem a aplicação da segunda dose do imunizante

Por: Nathália de Alcantara  -  19/05/21  -  07:06
  Cenário envolvendo vacinação é motivo de preocupação na Baixada Santista
Cenário envolvendo vacinação é motivo de preocupação na Baixada Santista   Foto: Alexsander Ferraz/AT

É uma preocupação das autoridades de saúde da Baixada Santista que as vacinas contra a covid-19 se esgotem em uma questão de dias, dependendo da procura da população que pode ser imunizada. Algumas cidades sequer podem garantir a segunda dose de todos.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


A gravidade da situação está ligada ao tempo que vai demorar para que novas vacinas sejam produzidas, repassadas para o Plano Nacional de Imunização (PNI) e distribuídas. O intervalo é de pelo menos dez dias. E muitas cidades não sabem se seus estoques vão durar tudo isso.


O Instituto Butantan deverá receber 4 mil litros de insumos para a produção de sete milhões de doses da CoronaVac em 26 de maio. Já a Fiocruz receberá insumo para 12 milhões de doses da Oxford no sábado.


Cidades


Até esta quarta-feira (18), pouco mais de 49 mil doses estão estocadas na região. Santos tem 15,4 mil vacinas, sendo 3.800 de CoronaVac e 11.600 de Oxford. “Não temos excesso de vacinas. Elas são dos grupos com a vacinação em andamento. Não dá para precisar quando acabarão as doses, pois depende da procura, mas temos capacidade de vacinação diária de 10.500 pessoas”, explica o secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta.


A secretária-adjunta da Atenção Básica de Praia Grande, Bruna Renó, diz que é difícil estimar por quanto tempo ainda terá vacina, pois depende de quando essas pessoas irão aos polos. “Poderíamos falar em uma semana com as doses disponíveis atualmente, sem a entrada de novos grupos no calendário”.


Ela explica que a Cidade recebeu 7 mil doses de Oxford, mas 60% já foram aplicadas. No caso da CoronaVac, chegaram 2.500 doses, mas 70% acabaram aplicadas. “O atraso na vacinação vai expor diversas pessoas que deveriam estar imunizadas ao risco de morte por covid-19, além de colocar em risco o Plano Municipal de Vacinação, sobretudo de pessoas que ainda não conseguiram contemplar o esquema vacinal”.


Em Guarujá, mais de 500 das 2.780 doses da CoronaVac foram usadas. Outras 11 mil doses da Oxford estão estocadas. “A Cidade não ficou com estoques vazios, mas caso os próximos envios de doses sejam feitos de forma subestimada em relação à população alvo e o Governo do Estado não envie novas remessas, é possível que o Município sofra com desabastecimento”, explica o secretário de Saúde, Victor Hugo Straub Canasiro.


São Vicente não informou o estoque de imunizantes, mas a secretária de Saúde, Michelle Santos, afirma que há quantidade suficiente. “A Cidade não precisou interromper a vacinação, pois conseguiu se adequar logisticamente para que não houvesse prejuízo à população. Mas é uma situação preocupante para a região, que já está sofrendo com essa escassez”.


Mais cidades


Mongaguá conta com 2.054 imunizantes em estoque. Desses, 170 são de CoronaVac e 1.884 de Oxford. Mas, segundo o chefe da Vigilância Epidemiológica, Arnaldo Cândido. a Cidade recebeu menos imunizantes do que a demanda em todas as fases de vacinação.


“Realizamos um cadastro virtual, com mil pessoas que deveriam ter sido contempladas e não foram. Apenas com a vacinação o País poderá se reerguer contra a pandemia. Além do ritmo de imunização não ser o ideal, os públicos não são totalmente atingidos”.


Em Cubatão, são 6 mil doses, sendo 5.280 de Oxford e 720 de CoronaVac. A Cidade tem vacinado 500 pessoas por dia.


Itanhaém tem 4.980 doses, sendo 530 de CoronaVac e 4.450 Oxford, e acredita ser suficiente para atender a demanda. Já em Peruíbe, são 3.870 doses, sendo 2.680 Oxford e 1.190 de CoronaVac. Bertioga não respondeu até a publicação desta matéria.


  Algumas cidades não garantem aplicação da 2ª dose
Algumas cidades não garantem aplicação da 2ª dose   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Logo A Tribuna
Newsletter