Em apenas 11 dias, janeiro já supera os registros de covid em dezembro na Baixada Santista

Para médicos, frear contágios e testar mais pessoas é fundamental

Por: Bruno Almeida  -  12/01/22  -  17:04
Espaço recebeu centenas nesta terça-feira
Espaço recebeu centenas nesta terça-feira   Foto: Rogério Bomfim/PMS

O ano mal começou e, em apenas 11 dias, janeiro já superou o número de casos confirmados de covid-19 de dezembro de 2021. Um levantamento feito com as prefeituras da Baixada Santista mostra que as secretarias de saúde receberam 2.299 diagnósticos no período, contra 1.950 em dezembro do ano passado, alta de 17,9%.


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A Baixada Santista vinha numa tendência de queda nos registros mensais da doença. Em outubro, foram 4.849 novos casos, em novembro 3.887 e em dezembro 1.950.


Especialistas revelam que as aglomerações durante as festas de fim de ano, o relaxamento nas medidas de combate à doença por parte da população e das autoridades, além do aumento das testagens entre os munícipes são os principais fatores para a alta.


Os médicos alertam, no entanto, que a presença da variante Ômicron do coronavírus, considerada mais transmissível, já pode ser responsável pela alta de exames positivos.


Para o infectologista Marcos Caseiro, "não há dúvida" de que a alta esteja ligada à variante. "O número de casos vinha aumentando há mais tempo. O problema é que não estavam testando direito. Se a gente começar a testar mais, vai achar mais. É assustador".


A infectologista Elisabeth Dotti afirma que as festas de fim de ano puseram "a perder tudo o que construímos". Ela considera que era necessário desestimular as aglomerações, o que não ocorreu antes do Natal e não ocorre agora.


"Também tem o fator da Ômicron, que é uma mutação muito transmissível. Ela só não está fazendo mais estragos porque a gente tem bastante gente vacinada. Se fosse essa mutação lá no começo (da pandemia) tinha morrido uma montanha de gente. A vacina está segurando a onda. Mas não está conseguindo segurar a transmissão", explica a médica.


Mais testes

As cidades da região adotaram a estratégia proposta pelo médico e testam mais pessoas. Em Santos, por exemplo, o novo Centro de Atendimento às Síndromes Gripais, montado na Aparecida, realizou 781 testes de covid-19 nesta terça-feira (11), segundo dia de funcionamento. Destes, 352 munícipes estavam infectados, 45% do total. Na segunda, dos 356 testes, 166 foram positivos, 46% do total.


A Secretaria de Saúde de São Vicente também abriu um espaço para tratamento de sintomas gripais. Dos quase 2.980 atendimentos realizados desde o dia 3 de janeiro, quando o espaço começou a funcionar, 856 pessoas testaram positivo para a covid-19.


Caseiro considera "fundamental" vacinar mais adultos, já que a maior parte dos internados é composta por pessoas que não estão imunizadas. Ele também citou a necessidade de vacinar as crianças, que estão prestes a retornar às aulas.


Segundo o infectologista Ricardo Hayden, epidemiologistas esperam que o País bata recordes de novos casos ainda em janeiro porque "as pessoas estão banalizando a importância da covid. A gente deve levar em consideração aquilo que os infectologistas dizem há dois anos. Precisamos fazer testes pra identificar realmente em que estágio a gente está agora".


Para o médico, é necessário frear as novas infecções. "A proporção de casos mais graves é menor, porém muito mais gente está sendo infectada numa velocidade espantosa. Mesmo com uma proporção mais baixa, vamos ter casos graves. E esses casos graves que lotam as UTIs, infelizmente".


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