Maior bancada da Câmara Federal juntamente ao PT, com 53 membros cada, o PSL se organiza visando às eleições em 2022. A legenda mantém aliados e opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se elegeu pelo partido em 2018, em uma divisão que chega à Baixada Santista.
Presidente do diretório do partido no Estado e vice-presidente nacional da legenda, o deputado federal Junior Bozzella, representante da região em Brasília, é hoje um crítico de Bolsonaro e enxerga o PSL como uma terceira via.
“Nós, e quando digo isso me refiro também ao presidente (nacional e deputado federal) Luciano Bivar, temos conversado com uma série de lideranças partidárias com o objetivo de formarmos uma frente ampla democrática em prol do Brasil e do povo brasileiro”, disse.
Ex-coordenador do PSL na Baixada, o deputado estadual Matheus Coimbra Martins de Aguiar, o Tenente Coimbra, não pensa em outra via. Entende que o atual presidente da República, ainda que fora do partido, é o único capaz de derrotar um adversário que ocupou o cargo — o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O partido precisa de uma reorganização, o que é natural. A própria briga dentro de questões partidárias e essas indefinições levaram o partido, no ano de 2020, a ter um desempenho pífio nas eleições municipais”, considera Coimbra, que se mantém partidário de Bolsonaro.
O presidente tem sido sondado por partidos como o PTB e o Patriota. Uma possível migração de apoiadores de Bolsonaro para outras legendas não preocupa Bozzella, para quem o PSL tem luz própria e conquistou o seu espaço na política nacional.
Coimbra observa que o PSL era um partido pequeno antes da eleição de 2018 e acabou se tornando um dos maiores do País, mas graças a Bolsonaro. “Quando uma ala que se elegeu por conta do nome do presidente Bolsonaro muda o discurso e começa a criticá-lo, é natural que haja instabilidade no partido.
“Eu sigo apoiando o presidente, não necessariamente no partido dele, mas, obrigatoriamente, o partido em que eu estiver tem que apoiá-lo”, disse.
Apesar dos embates políticos internos, o vice-presidente nacional do PSL acredita que o partido chegará a 2022 unido. “Sairão aqueles que não se indentificam com a legenda e com a ideologia liberal e virão aqueles que realmente defendem os nossos ideais, não que vieram na onda de X, Y ou Z."
Coimbra concorda: “Eu acredito na união do partido porque todos são de direita, e só tem um nome hoje que vai bater de frente com o Lula: é o presidente Bolsonaro”.
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