Defesa Civil prevê chuvas preocupantes e risco de deslizamentos no Litoral de SP

Órgão estadual trabalha em plano preventivo com os municípios abordando o pior cenário

Por: Maurício Martins  -  30/11/21  -  07:44
Defesa Civil do estado alerta para deslizamentos nos morros da Baixada Santista
Defesa Civil do estado alerta para deslizamentos nos morros da Baixada Santista   Foto: Matheus Tagé/AT

A Defesa Civil do Estado prevê chuvas dentro da média para o verão na Baixada Santista, o que classifica como preocupante. O índice costuma ficar em 850 milímetros (mm), considerado um volume alto. “Assim, não é descartado o risco de deslizamentos na região. A Defesa Civil sempre trabalha e se previne para o pior cenário”, explica o órgão estadual, em nota.


Em março de 2020, a grande quantidade de chuva acumulada resultou em tragédia em morros da região, com deslizamentos em Santos, Guarujá e São Vicente e dezenas de pessoas mortas soterradas. Eventos assim podem ocorrer novamente.


Guarujá foi a cidade da região mais afetada nas chuvas do verão de 2020: dezenas de mortos
Guarujá foi a cidade da região mais afetada nas chuvas do verão de 2020: dezenas de mortos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Para tentar minimizar os riscos, será lançado nesta quarta-feira (1) o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC), junto com os municípios. “Uma comunidade bem preparada é aquela que tem mais chances de sobreviver”, diz o órgão.


São 177 municípios considerados mais vulneráveis do Estado, sendo o Vale do Ribeira específico para inundações e sete regiões com possibilidade de escorregamentos de terra, incluindo a Baixada Santista.


“Os planos de escorregamento possuem níveis (observação, atenção, alerta e alerta máximo) fundamentados em três parâmetros: acumulado de chuvas, previsão meteorológica e vistorias de campo, que facilitam a tomada de decisão preventiva dos agentes municipais. Todos os municípios do Estado de São Paulo são diariamente monitorados”.


Durante os últimos meses, a Defesa Civil paulista afirma que realizou treinamentos com agentes, gestores estaduais, municipais e a comunidade local, para atuação “efetiva e sistêmica” durante o período de chuvas de verão, “com vistas à redução dos riscos de desastres”.


A Defesa Civil continua emitindo mensagens de texto (SMS) sobre riscos meteorológicos para todos os municípios, de forma gratuita. Para se cadastrar basta enviar o seu CEP para o número 40199.


Importância
Em uma situação de alto acumulado pluviométrico, com previsão de continuidade da chuva, quando se constata perigo junto à encosta, as moradias em risco são interditadas preventivamente e as famílias são acolhidas pelo poder público, caso não tenham outra opção de abrigo, explica Daniel Onias, coordenador regional adjunto da Defesa Civil Estadual e coordenador municipal da Defesa Civil de Santos.


“A situação é a mesma quando registrados deslizamentos que atingem moradias ou ofereçam risco iminente às mesmas. O retorno à moradia e o levantamento da interdição só é permitido quando medidas de redução do risco forem implementadas, pelo próprio morador ou pelo poder público”.


Cidades
Em Santos, estima-se que existam 3.312 moradias em setores classificados como de risco alto e 1.158 habitações em setores de risco muito alto a deslizamentos nos morros. As que mais preocupam são as que foram afetadas pelas chuvas de março de 2020, nos morros Caneleira, Santa Maria, Pacheco, Penha e Monte Serrat, explicam Onias e o geólogo Victor Arroyo da Silva Valle, também da Defesa Civil de Santos.


São Vicente diz que mantém o monitoramento dos morros do Município. Em outubro foi realizada uma oficina para a Operação Chuvas de Verão, com aulas teóricas e práticas, com o objetivo de instruir as coordenadorias municipais de Proteção e Defesa Civil. “Há cerca de 800 famílias que vivem em áreas de risco de alagamento e solapamento, além das famílias que vivem em casas de palafitas sobre o Mar Pequeno, no México 70, na Vila Margarida”.


Guarujá disse que o Plano Preventivo de Defesa Civil é importante, durante a estação das chuvas intensas, para a prevenção de mortes e redução de danos. Informou que técnicos vistoriam diariamente 15 áreas de risco geológico pré-mapeadas e que aproximadamente 4 mil moradias estão nesses locais.


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