Defasagem na educação da Baixada Santista desafia dirigentes da área

Questão foi abordada em fórum local da União dos Vereadores

Por: Júnior Batista  -  28/01/22  -  07:59
Atualizado em 28/01/22 - 14:34
Secretários de Educação demonstraram a situação do segmento nos nove municípios da Baixada Santista
Secretários de Educação demonstraram a situação do segmento nos nove municípios da Baixada Santista   Foto: Júnior Batista/AT

Recuperar a defasagem na educação e a reduzir a evasão escolar causadas pela pandemia são os grandes desafios dos gestores do setor na região para este ano. A partir da próxima quarta-feira (2), começa o calendário de retorno às aulas presenciais em todas as cidades da Baixada Santista.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Segundo os profissionais de ensino locais, em países de baixa e média rendas, as perdas de aprendizado devido ao fechamento das escolas deixaram até 70% das crianças de 10 anos incapazes de ler ou entender um texto simples, em comparação a 53% nessa condição antes da pandemia. “É preciso que as escolas se mantenham abertas e sejam um local de acolhida dos alunos”, afirmou a diretora regional de Ensino de São Vicente, Regina Cátia Spada Gornicki.


O tema foi debatido nesta quinta (27), durante o Fórum Regional de Educação, promovido pela União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs). Participaram representantes das secretarias de Educação de todas as cidades da região, do Estado e de colégios particulares.


Na primeira parte do encontro, os secretários demonstraram a situação nos municípios. Há 214.926 alunos matriculados nas escolas municipais da região.


Guarujá fará volta escalonada, a partir de quarta-feira, dos estudantes dos níveis Fundamentais I e II, Educação Infantil, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Profissionalizante e dos Centros de Atividades Educacionais e Comunitárias (Caecs).


Em Cubatão, a retomada terá início quinta-feira. Em Bertioga, Guarujá, Peruíbe, Praia Grande, São Vicente e Santos. isso ocorrerá no dia 7. Em Mongaguá, a Pré-Escola e o Fundamental começam a ter aulas dia 10.


“O retorno das aulas está aí. O fórum busca reunir todas as informações possíveis e troca de experiências de cada município”, diz o presidente da Uvebs, Roberto Andrade e Silva, o Betinho (PSDB), vereador de Praia Grande.


“Resgatar o aprendizado que ficou para trás nestes dois anos de pandemia é prioridade. Sabemos que houve um descompasso e uma perda. É positivo ver que os municípios estão empenhados em trabalhar essa questão de forma coletiva”, diz a jornalista Arminda Augusto, gerente de Projetos e Relações Institucionais do Grupo Tribuna, que mediou os debates a convite da Uvebs.


Segurança Sanitária
Segundo Regina Gornicki, o fato de a região estar com cobertura vacinal avançada leva a um ambiente de confiança e segurança, além da experiência com protocolos sanitários.


“Temos que ser fortes para devolver o sonho das crianças. Recuperação é a palavra de ordem. Reconstrução de aprendizagem, das competências, de nós mesmos, para ter equilíbrio necessário de estar à frente dessas crianças. Esse é o desafio neste ano”.


Há 27.625 alunos matriculados na rede municipal de ensino santista, conforme a Secretaria de Educação
Há 27.625 alunos matriculados na rede municipal de ensino santista, conforme a Secretaria de Educação   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Em Santos
Em Santos, onde há 27.625 alunos matriculados na rede municipal, o foco do retorno será na alfabetização e na recuperação da aprendizagem perdida, segundo a secretária adjunta de Educação, Maria Helena Marques. A Cidade também terá um programa de bidocência, ou seja, com um segundo professor, no qual educadores poderão trabalhar em outros horários para apoiar os professores do 1º ao 5º ano.


De acordo com Maria Helena, esses educadores podem atuar em até três salas no 1º ao 5º ano e em até cinco salas do 6º ao 9º ano, devido à maior autonomia dos alunos nesta faixa.


“É uma sistematização da alfabetização do 1º ao 5º ano, feita para favorecer o trabalho dos professores. Estabelecemos esses dois focos prioritários para nos organizarmos. Na agenda de processos, entram a recuperação escolar, a escuta. Na agenda prioritária, o foco é o processo de aprendizagem”.


Papel dos adjuntos
Ainda segundo Maria Helena, outra estratégia é fortalecer e formar professores adjuntos — os substitutos, que atuarão nas escolas onde há primeiro, segundo e terceiros anos. “Esses professores substitutos terão formação e acompanhamento específico para que possam substituir nos 1º, 2º e 3º anos, para que os professores titulares possam sair, em horário de serviço, para ter formação. Será algo de forma continuada”.


Segundo ela, a pretensão é que, a cada 15 dias, cada professor possa ter um encontro em grupos para acompanhar o processo de alfabetização dos alunos.


“E a terceira estratégia dessa agenda prioritária da alfabetização são os quintais de aprendizagem. Esses quintais serão construídos organizando as crianças daqueles período e segmento, do 1º ao 5º ano, fazendo uma imersão para trabalhar a leitura e a escrita. Eles serão organizados por proficiência, para avançar em leitura e escrita”.


Logo A Tribuna
Newsletter