Mais de 17 mil pessoas ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19 na Baixada Santista. Apesar disso, é uma redução de 42% em relação ao levantamento feito por A Tribuna no dia 3, quando havia, pelo menos, 29,5 mil em atraso. Esquecimento da data, problemas de locomoção, falta da medicação, medo e descredito na eficácia estão entre os motivos que levaram pessoas a não completarem a imunização.
Há, ainda, casos de pessoas que morreram por várias causas nestes meses. Os idosos lideram o grupo dos faltosos. Em São Vicente, a maior parte tem de 72 a 74 anos, somando 2.490. Na sequência, está quem tem 68 anos: 1.818.
Em Guarujá, dos 4 mil que não retornaram aos postos, 3.500 são maiores de 60 anos. Peruíbe tem 254 idososna mesma situação. Em Itanhaém, 426, e em Bertioga, 42.
Praia Grande não faz estimativa devido à população flutuante que tem comprovante de residência na Cidade. Mongaguá afirma que a situação está controlada.
Cubatão está com 513 pessoas com segunda dose em atraso. Em Santos, 6.086, mas de vários públicos, passam pela mesma condição, informa o secretário de Saúde, Adriano Catapreta. “Temos 3,63% que não tomaram a segunda dose. Não queremos que ninguém fique sem tomar. Por isso, temos um sistema de vigilância que funciona bem. Ligamos para a pessoa e mandamos agentes comunitários à casa delas. Os motivos que percebemos são esquecimento, óbito, pessoas com sintomas gripais ou com covid-19, dengue e chikungunya e que não vão aos postos.”
A situação tem preocupado especialistas consultados pela Reportagem. Segundo eles, a segurança da vacina não é total sem a dose de reforço. “A primeira dose, sozinha, não protege o indivíduo. Ele precisa da segunda aplicação para completar o grau de segurança. Isso está em evidência em diversos estudos, principalmente, por causa das novas variantes”, alerta o médico e diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Evaldo Stanislau.
Para ele, problemas de locomoção e esquecimento podem ter distanciado pessoas dos postos. “A logística, às vezes, é complicada, principalmente para idosos que dependem de terceiros para chegar ao local de vacinação. Outros não gravaram a data e acabaram esquecendo.”
O infectologista Marcos Caseiro também destaca o tempo para a aplicação da segunda dose, que é diferente. “Para uma (vacina), você tem que voltar em 28 dias, e a outra, em três meses.” Caseiro avalia que onde há um programa de saúde da família ativo, a buscativa pode ser mais fácil. “Eles conseguem estar mais próximos das pessoas. Nós brigamos tanto para ter vacina, fazendo CPI porque não compraram vacina e, quando as pessoas têm disponível, não vão tomar. Há alguma coisa fora da ordem.
Campanhas
Depois da euforia e da corrida aos postos quando as vacinas começaram a chegar, agora seria hora de lançar campanhas para relembrar aos faltosos a necessidade da segunda dose, dizem infectologistas. São Vicente, por exemplo, informa que segue esse critério, e Praia Grande faz divulgação em seu site e nas redes sociais. Bertioga fará alertas nos meios de comunicação para que as pessoas procurem o Ginásio de Esportes, no Centro, na segunda-feira.
O Governo do Estado informa que envia mensagens via SMS e por e-mail à população para lembrar a data da segunda dose, conforme pré-cadastro realizado no Vacina Já ou no momento da aplicação da vacina.
Dicas para lembrar