Pelo menos quatro cidades da Baixada Santista encerraram o ano de 2018 com alta no número de resgate de animais silvestres. Itanhaém, Praia Grande, São Vicente e Bertioga tiveram várias espécies recolhidas, sendo que algumas delas caracterizam o crime de tráfico de animais.
O levantamento foi feito por A Tribuna On-line junto aos nove municípios da Baixada Santista. As apreensões ocorreram com o auxílio de grupamentos ambientais nas Guardas Civis Municipais (GCM) das cidades, além da ação da Polícia Militar Ambiental em fiscalizações e forças-tarefa.
Em Itanhaém, o número de resgate de animais subiu em relação a 2017. Foram 132 animais silvestres encontrados, ante 47 do ano passado. Saruês, corujas, gaviões e garças foram os mais comuns de serem achados na Cidade.
Em Praia Grande, o Grupamento Ambiental, que integra a Guarda Civil Municipal (GCM), recolheu 336 animais silvestres, ante 259 de 2017. A maioria foi assistida por institutos e ONGs de proteção animal do Município. Pássaros como coleiro papa capim, além de teiú e serpentes foram alguns dos encontrados.
Já em São Vicente, a ação é feita pelo Pelotão Ambiental da Guarda Civil Municipal (GCM), sendo que a maioria dos animais pertence a outras faunas e regiões, o que caracteriza tráfico de animais. Saguis do Tufo Branco e do Tufo Preto, Tigre D'água e um Papagaio-Verdadeiro foram algumas das espécies localizadas.
Em Bertioga, até novembro, 319 resgates de animais silvestres foram feitos na Cidade. Em todo o ano de 2017, o número foi de 340. Os maiores números de solturas são, principalmente, de cobras, como as jararaca e jararacuçu.
Em Santos, a prefeitura disse não realizar resgate de animais silvestres e marinhos, atuação restrita a Polícia Militar Ambiental na Cidade. O mesmo ocorre em Cubatão, mas por não haver Guarda Municipal. Lá, todo o controle de animais é feito pelo Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens (CEPTAS).
Em Guarujá, equipes da Secretaria de Meio Ambiente agem, em apoio à Polícia Ambiental, no resgate de alguns animais silvestres que são posteriormente encaminhados ao CEPTAS ou ao Instituto Gremar. Já Mongaguá disse não ter guarda ambiental, e não ter registro de resgates do tipo ao longo de 2018.
Fiscalização
De acordo com a Polícia Militar Ambiental, na região, um dos alvos de fiscalização são as chamadas "feiras do rolo", onde há o comércio ilegal de animais silvestres ao ar livre. Geralmente nestes locais ocorre um grande número de apreensões e autuações.
Além disso, o órgão reiterou que as fiscalizações em relação ao tráfico de animais silvestres, manutenção de espécimes em cativeiro e comércio ilegal destes bichos foi intensificada ao longo de 2018, e tende a continuar desta forma ao longo deste ano.
Cabe lembrar que, nestes casos, as autuações são de R$ 500 para cada espécie que não conste nas listas oficiais de risco ou ameaça de extinção, e de R$ 5 mil no caso de espécies que estejam nestas listas e na Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES).
O órgão pede para que, em caso de identificação de espécies em cativeiro ou em situação de venda, denúncias sejam feitas para a Polícia Militar Ambiental, pelo telefone (13) 3348-4767 em Bertioga, Guarujá, Cubatão, Santos e São Vicente, e no (13) 3421-4560 para denúncias em Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri e Pedro de Toledo.