Cidades da Baixada Santista devem receber R$ 110 milhões para o Turismo

Investimentos são previstos para oito cidades da região; veja quais

Por: Maurício Martins  -  02/01/22  -  06:54
Atualizado em 02/01/22 - 13:14
Santos prevê refazer o entorno do Parque Municipal Roberto Mário Santini, no chamado Novo Quebra-Mar
Santos prevê refazer o entorno do Parque Municipal Roberto Mário Santini, no chamado Novo Quebra-Mar   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Visto como estratégico para estimular a economia da Baixada Santista, o setor de turismo deve receber mais de R$ 110 milhões em investimentos neste ano. Com exceção de Itanhaém, que não se manifestou, as outras oito cidades planejam obras para atrair visitantes.


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O Orçamento de Santos para 2022 prevê R$ 26,5 milhões para infraestrutura e desenvolvimento turísticos (reformas em unidades turísticas, esportivas e culturais). Na comparação com 2021, a Secretaria de Economia Criativa, Empreendedorismo e Turismo (Seectur) teve incremento de R$ 1,3 milhão para R$ 5,8 milhões.


Entre os projetos mais importantes, a Prefeitura destaca iniciativas para atrair visitantes de negócios e eventos no Blue Med Convention Center; a remodelação do Novo Quebra-Mar; a revitalização do Centro Histórico — com reformas do Mercado Municipal, da Casa do Trem Bélico e do Outeiro de Santa Catarina — e o estímulo a eventos na área; e a criação de roteiros de turismo de base comunitária em regiões com os morros e Zona Noroeste.


“Para atrair os visitantes, o caminho é oferecer cada vez mais experiências e oportunidades para que os turistas vivenciem os municípios. Nesse sentido, acreditamos no turismo histórico. Por isso, os nossos esforços para revitalizar o Centro e no turismo ecológico”, diz a secretária de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo, Selley Storino.


Quatro projetos
A Prefeitura de Guarujá informa que os principais investimentos abrangem quatro projetos, ao custo total de R$ 21,1 milhões. São a revitalização do Boulevard Caminho do Mar, na Praia de Pitangueiras; a reforma de dez vias de acesso à Praia de Pernambuco; a reestruturação viária do acesso ao Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá; e a revitalização do Mercado de Peixes, nas Astúrias.


Conforme o secretário de Turismo, Fábio Santos, o objetivo é “fazer uma reestruturação maior na área do receptivo, para atrair mais pessoas e dar condições de uma visitação aconchegante. Em janeiro, será entregue a fonte interativa na Praça dos Expedicionários, e também trabalhamos o ecoturismo”.


Praia Grande tem orçamento de R$ 20 milhões para o setor. “Acredito que investimentos em infraestrutura, para um acolhimento de excelência, sejam um dos fatores primordiais, somados à criação de eventos turísticos ao longo do ano e uma interatividade maior entre os municípios”, comenta o secretário de Cultura e Turismo da Cidade, Mauricio Petiz.


São Vicente afirma que investirá R$ 8,6 milhões na revitalização da orla do Gonzaguinha e R$ 500 mil na da Praça da Bandeira.


Também pretende resgatar a culinária típica local e fortalecer o turismo gastronômico, numa parceria entre as secretarias de Turismo e de Cultura, Esporte e Cidadania.


“Os turistas costumam buscar praias como opções óbvias ao turismo de sol e mar. Entretanto, cabe às prefeituras promover os outros atrativos para que esses visitantes tenham motivos para permanecer mais tempo consumindo na Cidade. A Prefeitura de São Vicente está atuando no reposicionamento de marca da Cidade como destino turístico, não só de praia, mas também histórico, cultural, de aventura, esportivo, náutico e de compras”, explica a Administração Municipal.


Cubatão prevê a revitalização do Parque Perequê, a R$ 700 mil, e a instituição da Rota Cicloturística local, com novos investimentos nas áreas de gastronomia, hotelaria e entretenimento, em que devem ser investidos mais de R$ 1 milhão.


“É necessário que a Baixada Santista tenha uma atuação mais integrada, estruturando, divulgando e promovendo os diversos atrativos turísticos que a região proporciona além das praias”, opina Fabrício Lopes, secretário de Turismo do Município.


Forte São João, em Bertioga: segundo secretário, atrativos naturais viram produto quando há
Forte São João, em Bertioga: segundo secretário, atrativos naturais viram produto quando há   Foto: Renato Inácio/Prefeitura de Bertioga

Potenciais
"Em que outro lugar do mundo você consegue, em uma caminhada de cinco minutos, ir da história do Rei do Futebol, Pelé, até o produto mais importante para o desenvolvimento de Santos, do Estado e do Brasil, o café? A faixa de praia, incluindo opções de mergulho e passeios de barco, e a Mata Atlântica ainda presente”, destaca o secretário de Estado do Turismo, Vinicius Lummertz, sobre a importância do turismo histórico e ecológico na Baixada Santista.


“O ecoturismo é o segmento que mais cresce no mundo e foi potencializado pelo período da pandemia. O consumidor quer boas e seguras experiências de contato com a natureza. As cidades da Baixada têm condições de desenvolver esse produto, atraindo um novo visitante”, opina.


Para Lummertz, os atrativos naturais, como a praia, se transformam em produto quando há investimentos tanto em melhoria de infraestrutura quanto em serviços privados. “Se haverá a revitalização de alguma região por meio de investimento público, o setor privado deve estar atento para as oportunidades na mesma região”.


O secretário afirma que o aumento do fluxo de turistas esperado para este verão não deve ser visto apenas como exploração momentânea, mas como parte de um processo de mais longo prazo, para captar visitantes e torná-los fiéis.


“As obras públicas, como recuperação urbana, sinalização, revitalização de mercados são fundamentais, da mesma forma que a instalação de empreendimentos privados que invistam em qualidade e faça com que os turistas consumam e voltem. Vender o peixe por R$ 30,00 é fundamental. Vender a peixada por R$ 120,00 também”, considera o secretário.


Investimentos
Lummertz afirma que verbas estaduais já estão reservadas para a Baixada Santista: serão R$ 108 milhões neste ano. “Apenas em Santos, serão mais de R$ 30 milhões em três intervenções: Parque Roberto Mário Santini, Centro de Cultura Patrícia Galvão e revitalização da Ponte Edgard Perdigão, na Ponta da Praia”.


O secretário pensa que, para a atração de mais visitantes, é importante planejamento turístico regional, não cidade por cidade. “As pessoas dizem ‘vou para Santos’, quando, na verdade, estão visitando Praia Grande ou São Vicente. Da mesma forma que Baixada Santista é um termo que diz muito, mas não tudo, principalmente para o turismo”.


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