Visto como estratégico para estimular a economia da Baixada Santista, o setor de turismo deve receber mais de R$ 110 milhões em investimentos neste ano. Com exceção de Itanhaém, que não se manifestou, as outras oito cidades planejam obras para atrair visitantes.
O Orçamento de Santos para 2022 prevê R$ 26,5 milhões para infraestrutura e desenvolvimento turísticos (reformas em unidades turísticas, esportivas e culturais). Na comparação com 2021, a Secretaria de Economia Criativa, Empreendedorismo e Turismo (Seectur) teve incremento de R$ 1,3 milhão para R$ 5,8 milhões.
Entre os projetos mais importantes, a Prefeitura destaca iniciativas para atrair visitantes de negócios e eventos no Blue Med Convention Center; a remodelação do Novo Quebra-Mar; a revitalização do Centro Histórico — com reformas do Mercado Municipal, da Casa do Trem Bélico e do Outeiro de Santa Catarina — e o estímulo a eventos na área; e a criação de roteiros de turismo de base comunitária em regiões com os morros e Zona Noroeste.
“Para atrair os visitantes, o caminho é oferecer cada vez mais experiências e oportunidades para que os turistas vivenciem os municípios. Nesse sentido, acreditamos no turismo histórico. Por isso, os nossos esforços para revitalizar o Centro e no turismo ecológico”, diz a secretária de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo, Selley Storino.
Quatro projetos
A Prefeitura de Guarujá informa que os principais investimentos abrangem quatro projetos, ao custo total de R$ 21,1 milhões. São a revitalização do Boulevard Caminho do Mar, na Praia de Pitangueiras; a reforma de dez vias de acesso à Praia de Pernambuco; a reestruturação viária do acesso ao Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá; e a revitalização do Mercado de Peixes, nas Astúrias.
Conforme o secretário de Turismo, Fábio Santos, o objetivo é “fazer uma reestruturação maior na área do receptivo, para atrair mais pessoas e dar condições de uma visitação aconchegante. Em janeiro, será entregue a fonte interativa na Praça dos Expedicionários, e também trabalhamos o ecoturismo”.
Praia Grande tem orçamento de R$ 20 milhões para o setor. “Acredito que investimentos em infraestrutura, para um acolhimento de excelência, sejam um dos fatores primordiais, somados à criação de eventos turísticos ao longo do ano e uma interatividade maior entre os municípios”, comenta o secretário de Cultura e Turismo da Cidade, Mauricio Petiz.
São Vicente afirma que investirá R$ 8,6 milhões na revitalização da orla do Gonzaguinha e R$ 500 mil na da Praça da Bandeira.
Também pretende resgatar a culinária típica local e fortalecer o turismo gastronômico, numa parceria entre as secretarias de Turismo e de Cultura, Esporte e Cidadania.
“Os turistas costumam buscar praias como opções óbvias ao turismo de sol e mar. Entretanto, cabe às prefeituras promover os outros atrativos para que esses visitantes tenham motivos para permanecer mais tempo consumindo na Cidade. A Prefeitura de São Vicente está atuando no reposicionamento de marca da Cidade como destino turístico, não só de praia, mas também histórico, cultural, de aventura, esportivo, náutico e de compras”, explica a Administração Municipal.
Cubatão prevê a revitalização do Parque Perequê, a R$ 700 mil, e a instituição da Rota Cicloturística local, com novos investimentos nas áreas de gastronomia, hotelaria e entretenimento, em que devem ser investidos mais de R$ 1 milhão.
“É necessário que a Baixada Santista tenha uma atuação mais integrada, estruturando, divulgando e promovendo os diversos atrativos turísticos que a região proporciona além das praias”, opina Fabrício Lopes, secretário de Turismo do Município.
Potenciais
"Em que outro lugar do mundo você consegue, em uma caminhada de cinco minutos, ir da história do Rei do Futebol, Pelé, até o produto mais importante para o desenvolvimento de Santos, do Estado e do Brasil, o café? A faixa de praia, incluindo opções de mergulho e passeios de barco, e a Mata Atlântica ainda presente”, destaca o secretário de Estado do Turismo, Vinicius Lummertz, sobre a importância do turismo histórico e ecológico na Baixada Santista.
“O ecoturismo é o segmento que mais cresce no mundo e foi potencializado pelo período da pandemia. O consumidor quer boas e seguras experiências de contato com a natureza. As cidades da Baixada têm condições de desenvolver esse produto, atraindo um novo visitante”, opina.
Para Lummertz, os atrativos naturais, como a praia, se transformam em produto quando há investimentos tanto em melhoria de infraestrutura quanto em serviços privados. “Se haverá a revitalização de alguma região por meio de investimento público, o setor privado deve estar atento para as oportunidades na mesma região”.
O secretário afirma que o aumento do fluxo de turistas esperado para este verão não deve ser visto apenas como exploração momentânea, mas como parte de um processo de mais longo prazo, para captar visitantes e torná-los fiéis.
“As obras públicas, como recuperação urbana, sinalização, revitalização de mercados são fundamentais, da mesma forma que a instalação de empreendimentos privados que invistam em qualidade e faça com que os turistas consumam e voltem. Vender o peixe por R$ 30,00 é fundamental. Vender a peixada por R$ 120,00 também”, considera o secretário.
Investimentos
Lummertz afirma que verbas estaduais já estão reservadas para a Baixada Santista: serão R$ 108 milhões neste ano. “Apenas em Santos, serão mais de R$ 30 milhões em três intervenções: Parque Roberto Mário Santini, Centro de Cultura Patrícia Galvão e revitalização da Ponte Edgard Perdigão, na Ponta da Praia”.
O secretário pensa que, para a atração de mais visitantes, é importante planejamento turístico regional, não cidade por cidade. “As pessoas dizem ‘vou para Santos’, quando, na verdade, estão visitando Praia Grande ou São Vicente. Da mesma forma que Baixada Santista é um termo que diz muito, mas não tudo, principalmente para o turismo”.