Bolsonaro 'implode' Inmetro e critica preservação no Vale do Ribeira

Presidente afirma que cuidado ambiental dificulta desenvolvimento econômico da região

Por: Por ATribuna.com.br & Com informações de Júnior Batista &  -  22/02/20  -  21:44
Bolsonaro retornou ao Forte dos Andradas por volta das 11h40 desta manhã
Bolsonaro retornou ao Forte dos Andradas por volta das 11h40 desta manhã   Foto: Junior Batista/AT

Em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, diante de um supermercado em Guarujá, onde passa o carnaval, o presidente Jair Bolsonaro disse que “implodiu” o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Ele afirmou ter demitido toda a diretoria por discordar de uma portaria do órgão sobre sensores de velocidade para taxímetros e sobre tacógrafos, que registram detalhes do percurso de veículos.


O Inmetro, órgão federal, tem funções como por em prática políticas nacionais de metrologia e qualidade, conservar padrões de unidades de medida e verificar e fiscalizar o cumprimento de normais técnicas e legais em instrumentos de medição.


Foram exonerados do instituto, segundo Bolsonaro, a “presidente mais uma meia dúzia de [membros da] diretoria”. A antiga presidente, Angela Flôres Furtado, deu lugar a um coronel do Exército, Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior. “O Inmetro não tem que atrapalhar o empresário”.


O presidente declarou que é preciso “destravar e dar paz para quem produz. Ser patrão no Brasil não é fácil. Não quero tirar o direito de ninguém. Quero que o empregador tenha o direito de criar emprego. Quem cria emprego não sou eu. Governo não cria nada, quem cria é a iniciativa privada. Só crio quando abro concurso”.


Bolsonaro também fez referência à economia ao comentar que a preservação ambiental prejudica o desenvolvimento do Vale do Ribeira. Criticou a existência da Área de Proteção Ambiental (APA) de Cananeia-Iguape-Peruíbe, alegando que dificulta a expansão do turismo e a pesca por moradores da região.


A APA foi criada em 1984 por decreto do então presidente e general João Baptista Figueiredo, no fim da ditadura, e estabelece, por exemplo, “especial atenção” em “impedir a pesca predatória”. 


“Para algumas pessoas, precisa de benefícios sociais. Mas eu acredito que dá para diminuir muito os benefícios sociais dessas pessoas e dar oportunidade para elas trabalharem. Mas a legislação municipal, estadual e até a federal é complicada. Tem muita coisa que não dá para mudar”, comentou.


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