Baixada Santista tem quase 15 mil casas em risco

Levantamento feito junto às prefeituras da Baixada revela número de moradias em áreas delicadas, sobretudo por conta de chuvas

Por: Gustavo T. de Miranda & Da Redação &  -  14/11/18  -  09:33

Ao menos 14.774 moradias da Baixada Santista estão construídas em áreas de risco — motivo permanente de preocupação, sobretudo durante o verão, temporada tradicional de chuvas no Litoral Paulista.


O número integra levantamento feito por A Tribuna com as prefeituras da região. Das nove cidades, apenas Peruíbe não respondeu aos questionamentos da Reportagem. A maior quantidade de residências que enfrentam algum tipo de risco se concentra em Santos, onde há 10.832 moradias nessas condições, sobretudo nos morros, como revelou reportagem da última terça-feira (13) — o equivalente a 73,3% do total apurado na região.


Na sequência, em segundo lugar na quantidade de moradias em área de risco é Bertioga, onde há 1.716 moradias, concentradas em núcleos como Chácara Vista Linda, Vicente de Carvalho 2, Sítio São João e Caiubura. Segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), foi constatado que o risco predominante é de enchentes, alagamentos e inundações.


Depois vem Guarujá, onde há 1.644 casas edificadas em locais considerados de risco. Em São Vicente, são contabilizadas 261 unidades — número considerado baixo, diante do fato de que o Município conta com 27 mil habitações irregulares, de acordo com a última versão do Plano Local de Habitação Social (PLHIS).


Em Cubatão, a Prefeitura diz existirem 241 residências nessas condições — sendo 141 no núcleo Mantiqueira, encravado na encosta da Serra da Mar junto à rodovia Cônego Domênico Rangoni, na divisa com Santos. O restante das residências foi erguido às margens do Rio Pilões, onde há o risco de transbordamento.


Os municípios com pequenos números são Praia Grande, onde há 70 moradias em área de risco, seguido por Mongaguá, com 10. Em Itanhaém, a Prefeitura afirma não existirem imóveis em áreas que sejam de risco.


Enfrentamento


Cada cidade tem a sua maneira de enfrentar a questão das moradias em área de risco. Em Santos, por exemplo, sabe-se da necessidade de remoção de, ao menos, 912 imóveis em áreas de maior risco. Segundo o coordenador da Defesa Civil no município, o coronel Daniel Onias, uma parte da demanda (326 unidades) pode ser removida para o conjunto Santos R, na Nova Cintra.


Segundo a Prefeitura de Bertioga, há projetos habitacionais já implantados no bairro Vicente de Carvalho 2 e projetos que serão iniciados futuramente nas proximidades do bairro Chácara Vista Linda, sem previsão fornecida pela Administração Municipal.


Em Guarujá, a Secretaria de Habitação informa que 123 famílias em área de risco, que recebiam auxílio aluguel, foram contemplados com apartamentos do Projeto Habitacional Enseada, entregue em maio. O projeto deve contemplar outras 250.


Em Praia Grande, foram identificadas duas áreas consideradas de risco, em regiões próximas a morros. Um destes locais fica no Canto do Forte e outro na Cidade da Criança. Segundo a Prefeitura, monitoramento visa, inclusive, evitar que novas moradias sejam construídas nos locais.


Segundo a Prefeitura de São Vicente, a Defesa Civil faz a análise dos locais e recomendada soluções. Para isso, já foram realizadas dez obras de contenção e drenagem nas encostas dos morros. Há também solicitações de estudos com o Governo do Estado, aguardando liberação da verba (atualização do Plano Municipal de Redução de Risco para áreas sujeitas à escorregamentos; Plano Municipal de redução de Riscos para áreas sujeitas a enchentes, alagamentos e inundações; Mapeamento de Riscos múltiplos do Município).


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