Baixada Santista se previne para evitar 'furas-fila' na vacinação contra a Covid-19
Com listas e planilhas de cadastro, municípios da região contam com esquema especial para que o plano de imunização seja seguido à risca
Entre pessoas 'de poder' e até secretários municipais de saúde, cidades brasileiras já tiveram registros de 'furas-fila' na vacinação contra a Covid-19. A fim de evitar o mesmo cenário, cidades da Baixada Santista montaram um esquema especial, que conta com listas, planilhas de cadastro e todo um planejamento para que o plano de imunização seja seguido à risca.
ATribuna.com.brconversou com oito secretarias de saúde da Baixada Santista à respeito de que forma a vacinação está sendo feita, assegurando que somente os grupos tido como prioritários sejam imunizados no início da vacinação na região.
Em Santos, as doses de vacinas recebidas são repassadas para hospitais públicos e privados, Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Samu e casas de repouso. Na cidade, todos os locais devem registrar nominalmente os vacinados na plataforma Vacivida, do Governo do Estado, que já um mecanismo de auditoria. Denúncias podem ser feitas pelo 162 ou na página da ouvidoria da prefeitura na internet.
Em Praia Grande, se solicita a escala de trabalho e o vínculo empregatício dos profissionais que estão sendo vacinados para ter a confirmação das informações. Em todo o processo de imunização no município, há sempre um responsável da Unidade em vacinação e um representante do Serviço de Vigilância Epidemiológica permanecem no local durante o procedimento.
A Secretaria de Saúde de São Vicente solicita dados dos profissionais que estão na ativa. Após a checagem e confirmação, a vacinação é realizada por equipes da Vigilância Epidemiológica.
Em Guarujá, para evitar qualquer tipo de distorção referente à imunização do grupo prioritário, as vacinações ocorrem em um ponto centralizado, na Unidade de Saúde da Família (Usafa) Jardim dos Pássaros. Toda a imunização conta com esquema especial de vigilância desde a chegada das primeiras doses.
A Diretoria de Vigilância em Saúde mantém equipes in loco para acompanhar todo o processo, exigindo documentação comprobatória de que o imunizado se enquadre no público alvo estabelecido.
Outras cidades
Cubatão: A Secretaria de Saúde informou que as pessoas imunizadas estão na lista de trabalhadores de Saúde ou moradores idosos das instituições de longa permanência. Na cidade, as doses são levadas até o lugar de trabalho pela equipe de imunização para serem aplicadas nos prioritários.
Mongaguá: Todo o processo de imunização está sendo acompanhado pela Diretoria de Saúde, por iniciativa da Vigilância Epidemiológica, que distribui as doses no primeiro horário e faz o caminho inverso para retirar as doses não aplicadas e planilhas de nomes para o controle e armazenamento.
Itanhaém: Sem dar muitos detalhes, a prefeitura se limitou a dizer que, a partir da quantidade de doses recebidas, apenas profissionais da saúde que atuam na linha de frente da Covid-19 e a população indígena.
Peruíbe: Na cidade, as pessoas são imunizadas a partir de uma lista pré-fornecida pela Secretaria Municipal de Saúde. O levantamento e listagem é realizado tanto para os profissionais de saúde, como também para os aldeados e Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
Casos no Brasil
Entre os casos que ficaram mais conhecidos no Brasil, dois secretários municipais de saúde, nas cidades de Bom Jardim da Serra, em Santa Catarina, e em Pires do Rio, em Goiás. Em ambos os casos, os secretários se aproveitaram do cargo que exerciam e receberam a vacina, No caso de Goiás, Assis Silva Filho ainda fez com que sua mulher recebesse a primeira dose do imunizante.
Em cidades no Sul do país, o assunto furas-fila da vacinação já entrou sob investigação do Ministério Público. Mesmo cenário que ocorre em Manaus, cidade que viveu um colapso na sua rede hospitalar devido à grande crescente de casos de Covid-19 no mês passado.
