Crédito consignado cresce 37,3% no país; confira os cuidados na hora de contratar

Foram concedidos R$ 218,3 bilhões em 2019, contra R$ 159 bilhões no ano anterior

Por: Rosana Rife & Da Redação &  -  10/12/19  -  23:09
Percentual de famílias endividadas passou de 64,7% em outubro deste ano para 65,1% em novembro
Percentual de famílias endividadas passou de 64,7% em outubro deste ano para 65,1% em novembro   Foto: Divulgação

A crise econômica tem empurrado cada vez mais gente para o crédito consignado. De acordo com o Banco Central, entre janeiro e outubro deste ano, o volume de recursos destinado ao empréstimo com desconto em folha, como também é conhecida a modalidade, cresceu 37,3% em relação ao mesmo período de 2018.


Foram concedidos R$ 218,3 bilhões em 2019, contra R$ 159 bilhões no ano anterior. Não foram divulgados dados regionais. A alta, dizem especialistas, se deve ao elevado grau de endividamento das famílias brasileiras.


A modalidade chama a atenção do consumidor por conta dos juros, que são os menores oferecidos em versões de crédito pessoal pelas instituições financeiras.


As taxas variam de banco para banco e do contrato fechado com o empregador, no caso do trabalhador da iniciativa privada ou de servidor público.


Já para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o teto é de 2,08% ao mês ou de 3% para quem usa o cartão de crédito consignável.


“O consignado é a linha de crédito mais barata que temos no país, porque é uma modalidade segura. O valor da parcela é descontado diretamente no holerite. Então, o risco é praticamente zero para as instituições financeiras”, explica o diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira.


Planejamento


Apesar de ter taxas atrativas, isso não significa que vale a pena sair contratando um consignado sem planejamento. “É bom lembrar, numa linha normal, é possível postergar o pagamento da prestação. No consignado, ela já vem descontada no contracheque e não há o que fazer. É salário descontado lá na frente”, ressalta Miguel.


Por isso, a dica é evitar a empolgação e prestar atenção a situações nas quais o consignado pode ser mais indicado. “Quando a pessoa tem uma dívida cara, no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito, por exemplo. Como os juros são muito maiores nessas duas modalidades, é vantajoso usar o consignado para quitá-las, reduzindo assim o valor total que irá pagar de juros”, diz o coordenador dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Anhanguera, campus de Pindamonhangaba, JosuéBertolino.


Problemas


Segurados do INSS estão entre os principais alvos para bancos e financeiras que oferecem a modalidade de crédito. Tanto que acabavam sendo bombardeados assim que recebiam o primeiro benefício. A Previdência, no entanto, proibiu que aposentados e pensionistas contratem o consignado nos primeiros seis meses após o envio da carta de concessão do benefício.


Além disso, especialistas fazem outro alerta: muitos aposentados acabam endividados por realizarem empréstimos para terceiros.


“Caso tenha algum familiar ou amigo que pedir para contratar o empréstimo em seu nome, não aceite. Essa pessoa pode acabar se enrolando e quem irá pagar a dívida é você”, acrescenta Josué.


Dívidas


O percentual de famílias endividadas no País passou de 64,7% em outubro deste ano para 65,1% em novembro, conforme pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Já a proporção de famílias com contas em atraso caiu ligeiramente de 24,9% para 24,7% no mesmo período, conforme o levantamento.


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