Cabeleireiro corta de graça cabelo de pessoas necessitadas na Baixada Santista

Severino Ramos realiza trabalho voluntário há 15 anos. Ele conta que já chegou a cortar 60 cabelos em poucas horas

Por: Lucas Pinto & Colaborador &  -  06/12/19  -  20:12
Ele sai de sua casa, em Vicente de Carvalho, com seus equipamentos para fazer as ações
Ele sai de sua casa, em Vicente de Carvalho, com seus equipamentos para fazer as ações   Foto: Vanessa Rodrigues/ AT

Em um mundo cada vez mais individualista, um homem dedica parte de seu tempo para ajudar ao próximo e vem chamando atenção na região. Severino dos Ramos Santos e Silva, 49 anos, mais conhecido como Ramos, é um cabeleireiro que todas as manhãs, e sem cobrar um centavo, presta serviço a pessoas em situação de rua na Baixada Santista.


De segunda a sábado, das 7h às 12h, ele sai de sua casa, no bairro Santa Clara, em Vicente de Carvalho, Guarujá, com seu banquinho, tesouras e máquinas para ir a diferentes cidades realizar boas ações. Aos domingos, Ramos costuma ajudar moradores de comunidades carentes com cortes de cabelo, das 8h às 18h.


Na terça-feira da semana passada (26), por exemplo, o sol tinha acabado de nascer e Ramos já estava posicionado na entrada da estação de travessias de catraias, na Vila Nova, em Santos, fazendo seus cortes. E assim permaneceu toda a manhã.


“Em uma outra ocasião aqui [na Vila Nova], cortei 60 cabelos em poucas horas. Depois, irei um dia para Pitangueiras [Guarujá], outro para São Vicente e em um terceiro, meu destino será Bertioga. Rodo cidade por cidade à procura de moradores de rua”, diz Ramos, que é cabeleireiro há mais de 30 anos.


A única coisa que o faz parar é a bateria das máquinas. “Como ela é elétrica, a hora que descarregar, paro de cortar”.


Exemplo


Seu trabalho voluntário comove os atendidos. Paulo Henrique Cordeiro, de 36 anos, aproveitou a oportunidade de olho em uma chance no mercado de trabalho. “Estou desempregado e vivo de bico. Quem sabe com um visual melhor consigo um emprego”.


E tem mais! Barba, cabelo e bigode não são as únicas coisas que o cabeleireiro corta. LuzimarSari, de 50 anos, por exemplo, fez a sobrancelha. “Fico feliz com o trabalho dele. O Ramos ajuda muito a gente e não cobra nada. É um profissional de Deus”.


Ramos diz que começou o trabalho voluntário há 15 anos. Acredita que, se todos fizessem ações parecidas, o mundo estaria melhor. “Só procuro uma maneira de ajudar os menos favorecidos. É um trabalho de amor ao próximo. Vou ajudar ao próximo até o final da minha vida”.


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