Baixada Santista tem saldo positivo de vagas de emprego pela 1ª vez no ano

Em agosto, foram registrados 369 novos empregos formais – resultado de 6.592 contratações e 6.223 demissões

Por: Matheus Müller  -  02/10/20  -  11:50
Praia Grande foi a cidade que mais abriu vagas em agosto, segundo dados do Caged
Praia Grande foi a cidade que mais abriu vagas em agosto, segundo dados do Caged   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Pela primeira vez no ano, a Baixada Santista fechou um mês com saldo positivo no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em agosto, foram registrados 369 novos empregos formais – resultado de 6.592 contratações e 6.223 demissões. No ano, porém, o balanço ainda é negativo: 16.662 vagas foram fechadas. 


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Praia Grande teve melhor saldo: 187. Santos, apesar do maior número de contratações (2.870), perdeu 15 postos de trabalho, como reflexo de 2.885 demissões. Guarujá também fechou empregos (dez). 


A Prefeitura praia-grandense credita o saldo, em especial, aos investimentos governamentais em serviços públicos, mobilidade, segurança e infraestrutura, que atrairiam empresas ao Município. “Os setores que mais geram emprego na Cidade são construção civil, comércio e serviços.”


Retomada


De acordo com especialistas, a flexibilização das restrições durante a pandemia de covid-19 permitiram a retomada de atividades e emprego, sobretudo em serviços, comércio, restaurantes e rede hoteleira. São o que move a região, juntamente a Porto e indústria. 


“Já notamos que muitas atividades voltaram, com aqueles que sobreviveram (ao período de restrições e portas fechadas). Você observa mercados e shoppings com mais volume de pessoas e compras. É uma tendência natural (a demanda por trabalhos)”, diz o economista Jorge Manuel de Souza Ferreira. 


Segundo ele, a expectativa é que a economia regional continue apresentando sinais de melhora se as restrições não voltarem. O economista aponta que, apesar de toda a crise gerada pela pandemia, as atividades portuárias e o fato de haver número elevado de aposentados na Baixada Santista amenizaram impactos negativos. 


Garantia de trabalho


Para Ferreira, as empresas que adotaram reduções salarial e de carga horária (com base na Medida Provisória 936) acreditam na retomada da economia e devem manter empregos, mesmo após o período de estabilidade.


Entretanto, o também economista José Pascoal Vaz defende que só será possível ter dimensão do cenário ao final deste período de garantia de postos. 


Segundo Vaz, os dados do Caged também são uma incógnita, pois, apesar de darem a entender uma retomada (principalmente por causa do comércio), ele não indica os setores com mais contratações nem a forma como foram firmados esses contratos - se são temporários ou intermitentes, por exemplo. 


“Esses dois tipos de trabalho eliminam o custo fixo da empresa”, diz Vaz. Ele destaca que estes contratos interferem nos ganhos dos profissionais, que, como a maior parte da população, sofrem com a falta de reservas financeiras para enfrentar crises como a decorrente da pandemia ou momentos de baixa demanda por trabalho. 


Outro ponto destacado por Vaz para justificar a dificuldade em entender o cenário de empregos, está na falta de dados sobre empregos informais, que, segundo ele, se equivalem ou são maioria na região.


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