Pioneiro do punk, Inocentes volta a Santos

Depois de mais de 20 anos sem se apresentar na cidade, banda chega empolgada após a primeira turnê europeia da carreira

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  30/11/19  -  16:28
Banda surgiu no início dos anos 1980 e segue até hoje na ativa, com sons novos e shows pelo mundo
Banda surgiu no início dos anos 1980 e segue até hoje na ativa, com sons novos e shows pelo mundo   Foto: Murilo Amancio / Divulgação

Um dos nomes pioneiros do punk rock nacional, o Inocentes não costuma vir a Santos com frequência. Para complicar ainda mais, o vocalista e guitarrista, Clemente Nascimento, também está envolvido em diversos projetos, como o Showlivre, Plebe Rude, carreira solo, além de programas de rádio.


Forçando bastante a memória, recordo que a última vez deles por aqui foi na época de divulgação do álbum 'Ruas' (1996), quando fizeram um show marcante no Bar do Sesc.


Neste sábado (30), a partir das 18h30, eles se apresentam no Boteco Valongo (Rua São Bento, 43). E, se depender dos longos intervalos sem shows por aqui...


“Pode ser que a gente demore mais 20 anos pra voltar, não vamos perder essa oportunidade, pois pode ser o último”, comenta Clemente.


No repertório, além das faixas do último EP, 'Cidade Solidão', lançado no primeiro semestre, o Inocentes promete revisitar toda a discografia. “O passado vai conviver com o presente, músicas de 1981 a 2019, passando por todas as fases, os maiores clássicos vão estar lá”, adianta o vocalista.


Dentre os trabalhos que serão relembrados no Valongo, Ruas e o homônimo, que completou 30 anos do lançamento em 2019, estão garantidos.


“Esse álbum é especial, fizemos umas misturas que estavam adiantadas para época. A música 'Promessas' tem a levada de baião, a 'Voz do Morro' já é outra mistura, mas estava um pouco adiantada também. É um disco meio confuso, pois estávamos pressionados pela gravadora. O disco tinha que vender, senão estávamos na rua”.


Diferentemente dos outros trabalhos, a capa trouxe os integrantes nus. O “protesto” foi uma forma divertida de rebater os pedidos da gravadora.


“A capa foi ideia do batera, o Tonhão. A gravadora queria os quatro na capa e a gente não queria. Mandamos aquela foto pensando que não iam gostar e adoraram, o tiro saiu pela culatra”, comenta, aos risos.


Apesar de ter sido lançado na correria, o disco hoje tem um lugar especial, segundo Clemente.


“Ouvindo hoje vejo que é um bom álbum. As letras são atemporais, e convenhamos, pouca coisa mudou no Brasil. Outras coisas teimam em retroceder”.


O ano tem sido especial para os músicos. Além das três faixas inéditas no EP, a banda também realizou a primeira turnê europeia da carreira. Passou por Inglaterra e Finlândia, com participações em dois festivais: Rebellion (Blackpool, na Inglaterra) e o Puntala Rock (Lempaala, na Finlândia).


“Fomos a primeira banda brasileira a tocar no palco principal do Rebellion, um espaço para 6 mil pessoas. Fomos muito bem recebidos. O mais legal é que eles falavam que não entendiam nada que a gente cantava, mas que a gente era bom demais”, recorda, aos risos.


O evento, que tem abertura da banda santista Asco, ainda tem ingressos à venda. Eles custam entre R$ 25 (site) e R$ 40 (porta). Site: pixelticket.com.br.


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