Com saudades de ir ao teatro? Ainda não há como participar de todo o ritual e magia que assistir a uma peça envolve, mas é possível, em tempos de quarentena, matar um pouco desta vontade sem sair de casa.
Não faltam opções para todos os gostos, o que fica evidente em uma busca rápida pela internet: de Cócegas, comédia com Ingrid Guimarães e Heloisa Périssé, passando por Hiperativo, de Paulo Gustavo, até o musical A Bela e a Fera.
Desde o começo de abril, o site Espetáculos Online exibe peças de teatro adulto e infantil. Em seu catálogo estão obras como Incêndios, de Aderbal Freire Filho, com Marieta Severo; O Musical Mamonas, de José Possi Neto, ou A Bruxinha que era boa, de Maria Clara Machado.
As produções disponíveis vêm aumentando todos os dias. O site não hospeda os vídeos, mas reúne os conteúdos que estão em plataformas como YouTube e Vimeo e também enviadas pelas próprias produções.
Outra opção, dentro da plataforma de venda de ingressos Bilheteria Express, que tem mais de 20 peças em seu catálogo on-line, é o drama Alair, do dramaturgo Gustavo Pinheiro, onde Edwin Luisi interpreta o fotógrafo Alair Gomes, precursor das fotos homoeroticas no País.
O Teatro Oficina, companhia teatral com mais de 60 anos de existência, também disponibilizou parte do registro de suas peças no YouTube, como Bacantes e os Sertões. Nesta sexta-feira (24), estreia no canal da companhia Vento Forte Para um Papagaio Subir, com direção e roteiro de Zé Celso Martinez Corrêa.
Para fazer um fundo solidário para os 60 artistas que fazem parte do Teatro Oficina durante a pandemia, o grupo está promovendo uma campanha de ingresso solidário, que custa R$ 40,00 e dá direito a entrada nos eventos que acontecerão no Oficina.
Em todos os eventos, uma parte da lotação da casa será destinada para o público que nos apoiou a iniciativa e os ingressos, com validade de um ano a partir da abertura da casa, poderão ser trocados por entradas em peças, shows, eventos, festas e demais celebrações da companhia.
Uma das peças santistas mais tempo em cartaz, Dama da Noite, com texto de Caio Fernando Abreu, completaria nesta semana nove anos nos palcos. O monólogo do ator Luiz Fernando Almeida estrearia sua temporada em São Paulo, mas teve os planos adiados por conta do isolamento social.
“Eu poderia ter feito uma live mas esse espetáculo precisa do público perto, respirando junto comigo”, afirma ele que vem se questionando se o espetáculo pode acontecer sem a intervenção direta do espectador.
“A frase A responsabilidade máxima do espectador tem me acompanhado ao longo da trajetória deste espetáculo, o que torna um desafio permanente pensar o lugar do espectador neste trabalho, porque estabeleço uma relação direta, interdependente”, diz.
