Mostra on-line revela o olhar e presença feminina no cinema árabe

As cineastas e poetisas Nujoom Al-Ghanem e Annemaria Jacir foram altamente aclamadas pela crítica internacional

Por: Bia Viana  -  07/04/21  -  10:50
Nujoom Al-Ghanem e Annemaria Jacir têm a obra homenageada na mostra
Nujoom Al-Ghanem e Annemaria Jacir têm a obra homenageada na mostra   Foto: Divulgação

Começa nesta quarta (7), a mostra Mulheres Árabes – Cinema & Poesia, e vai até domingo (11), dez filmes, entre curtas, médias e longa-metragens, para dar um gostinho do cinema árabe feminino. A mostra contempla duas artistas, as cineastas e poetisas Annemaria Jacir, da Palestina, e Nujoom Al-Ghanem, dos Emirados Árabes, altamente aclamadas pela crítica internacional. A mostra é totalmente on-line e gratuita, com realização da Women in Film and Television do Brasil (WIFT Brasil), com patrocínio da Lei Aldir Blanc.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Segundo Nágila Guimarães, curadora da mostra, a combinação de talentos das cineastas inspirou a organização da mostra. “Quando conheci nos Emirados Árabes as artistas Annemarie Jacir, Nujoom Al-Ghanem e suas obras, meu olhar sobre o cine-poema se expandiu”, revela Nágila.


A arte de ambas tem um contexto social e político específico. Por isso, mensagens de resistência, ancestralidade e diversidade tomam o cerne de suas obras. “Os filmes, assim como os poemas, revelam a atenção sensível e meticulosa que dedicam a grande diversidade de vozes da atualidade”, pondera Nágila.


Elas compõem a Nova Onda do Cinema Árabe, uma cena que tem revelado muito mais mulheres cineastas do que no Ocidente. “Enquanto as mulheres diretoras estão sub-representadas globalmente, no Oriente Médio, o número de cineastas independentes é um fenômeno com mais de 26%”.


Nágila relaciona cineastas como Nadine Labaki, que foi a primeira mulher árabe a ser indicada ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional com o drama Cafarnaum, em 2019.


A mostra, idealizada por Nágila em 2014, ficou engavetada até conseguir recursos. “Desde o início eu pensei uma mostra íntima com apenas estas duas artistas. A dificuldade foi selecionar os filmes dentro de uma extensa filmografia e conseguir os poemas da Annemarie Jacir. Diferentemente da Nujoom, Annemarie não publica seus poemas, e estes estavam guardados em um hardrive na Jordânia, enquanto ela estava em Haifa. Devido a pandemia foi trabalhoso acessar estes poemas”. A extensa pesquisa possibilitou o projeto, que reúne um amplo leque de obras das duas artistas e valoriza o cinema feminino como forma de ampliar os olhares na sétima arte e dar maior visibilidade a diferentes culturas e grupos.


Logo A Tribuna
Newsletter