Literatura fantástica, ética e crônica são os temas finais da Tarrafa Literária

O 11º Festival Internacional de Literatura de Santos se encerra neste domingo, com mais três mesas

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  29/09/19  -  17:45
Cássio Zanatta fará parte da mesa
Cássio Zanatta fará parte da mesa "O cronista em mim"   Foto: Divulgação

Depois de três dias de debates, a 11ª edição da Tarrafa Literária – Festival Internacional de Literatura de Santos chega ao fim neste domingo (29), com as últimas três mesas, reunindo autores que tratam de crônicas, literatura fantástica e ética.


A partir das 15 horas, na mesa O cronista em mim, Cássio Zanatta traz um pouco de suas experiências no mundo das crônicas. A mediação é do jornalista Jorge Oliveira, que participou da criação da Tarrafa Literária. O escritor português Pedro Mexia cancelou sua participação, por motivos familiares.


A Literatura Fantástica também faz sua estreia na Tarrafa, como gênero literário que apresenta aventuras com elementos fora da realidade e que são recordistas de vendas e movimentam o público geek.


Para discutir o assunto, os autores Affonso Solano, criador da série de livros bestseller O Espadachim de Carvão, e Eduardo Spohr, da série Filhos do Éden, falam um pouco deste cenário e os caminhos possíveis da literatura para o público jovem.


Para Solano, um dos motivos para o sucesso de vendas é que a fantasia tem a característica de encantar várias gerações. “A literatura fantástica é importante pelas metáforas com o mundo real. Desde a juventude até o mais velhos trabalham os conflitos humanos, que continuam os mesmos: querer ser reconhecido e não decepcionar os outros. É isso que mostramos”, conta o autor.


Ele acredita, também, que os jogos e a internet têm feito os jovens lerem mais. “Muitos jogos são baseados em períodos históricos ou em grandes livros, e os jovens vão buscar as referências na literatura”, afirma o escritor.


Solano, que prepara a terceira edição do Espadachim, aposta no formato multimídia para atrair mais leitores. O novo livro traz trilha sonora, que conta outras histórias deste universo.


Ética


E, encerrando o evento, a ética é o foco da mesa de Renato Janine Ribeiro e Clóvis de Barros Filho, com mediação do jornalista Mário Vitor Santos, que já foi ombudsman do jornal Folha de S. Paulo.


Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação no Governo Dilma Rousseff e professor titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo (USP), deve focar a conversa principalmente na diferença entre ética e lei.


“Muitas pessoas confundem. Acham que ética é uma lista de certo e errado. Isso é lei, que estabelece uma série de proibições e obrigações. Já a ética está interessada no porquê das suas ações. Há princípios que são bons e que estão na lei, mas obedecê-los não te faz uma pessoa ética”, reflete ele.


Balanço positivo


“A Tarrafa foi muito bem recebida pelo público, que apoiou as escolhas dos autores e compareceu em grande número todos os dias. Agora, é aproveitar o último dia e começar a planejar a próxima edição”, avalia o livreiro José Luiz Tahan, organizador do festival, que estima que cerca de 5 mil pessoas participaram do festival.


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