Encontro de Contadores de Histórias reúne autores e leitores na Pinacoteca

De sexta a domingo, educadores, pais e profissionais da área estão convidados a participar do evento gratuito

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  21/11/19  -  12:00
Alexandre Camilo (de chapéu) é organizador e curador do evento
Alexandre Camilo (de chapéu) é organizador e curador do evento   Foto: Divulgação

'Contar para Educar'. Este é o tema do 3º Encontro de Contadores de Histórias, do Projeto Pólen, que acontece de sexta a domingo, na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos. O evento gratuito busca sensibilizar educadores, pais e profissionais da contação de história sobre a importância da narração.


Na abertura do evento, o jornalista, ensaísta e escritor Joaquim Maria Botelho fala de sua experiência ao crescer numa família que cultivou a leitura e a oralidade das histórias. Ele é filho da escritora e folclorista Ruth Guimarães, que desenvolveu inúmeras atividades, tendo como eixo principal a palavra, seja como poeta, contadora de histórias, romancista, tradutora, jornalista, docente, ensaísta e outras atividades ao longo de 93 anos.


“Vou falar um pouco de como eu cheguei a ser quem sou, fruto do que ouvi da minha mãe e do meu pai”, conta ele, que lança o livro de contos 'Lá Dentro'.


Prêmio


Os contadores que se destacam na área também recebem uma premiação no encontro. É o Troféu Maryse Dalmaso, que está em sua segunda edição. “Ela é uma contadora de histórias com 84 anos, que pega ônibus e vai contar histórias como voluntária. Instituímos o prêmio, pois ela é um exemplo para muita gente”, afirma Alexandre Camilo, organizador e curador do encontro, junto com Camila Genaro.


Na primeira edição, em 2018, Lenice Gomes foi a premiada. Neste ano, o escolhido é Marco Haurélio, pela pesquisa que faz na área de contação de histórias, considerado herdeiro de Câmara Cascudo. Ele receberá o troféu das mãos da própria Maryse. Nascido no sertão baiano, Haurélio é poeta popular, professor, folclorista e editor. Em outubro, lançou o livro 'Vozes da Tradição', onde se embrenhou pelo interior da Bahia para ouvir as memórias dos contos passados de pai para filho, das pessoas que não sabem ler e escrever.


Capacitação


O evento também traz a Santos três oficinas.As vagas são limitadas e o ingresso é a doação de um livro usado, em bom estado, para o Projeto Livro Livre. No sábado (23), pela manhã, Lenice Gomes apresenta Brincando com gente. Para participar, os interessados devem se inscrever pelo e-mail contato@icvc.org.br. No mesmo dia, à tarde, a instrutora Luciana dos Santos Bernardo, da Associação Viva e Deixe Viver, conta a experiência da entidade na formação de voluntários que atuam em hospitais.


Na manhã de domingo, Daniel d’Andrea traz uma capacitação que apresenta ao público o trabalho de Ruth Guimarães, com o objetivo de explorar possibilidades para que o trabalho dela possa ser utilizado em projetos pedagógicos, culturais e literários.


Para encerrar, convidados do evento farão uma espécie de procissão pela orla. Guiados pelo grupo brasiliense Associação Amigos da História, um cortejo sai da Pinacoteca (Avenida Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão) e vai parando em pontos do jardim com músicos e contação. “As pessoas veem a procissão, param e percebem que ali tem história. Isso aproxima muito. É mágico”, diz Camilo.


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