De volta ao lar, Roberto Sion chega com Big Band

Maestro comanda apresentação no Sesc

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  13/06/19  -  09:50
  Foto: Divulgação

A ligação do maestro Roberto Sion com Santos vem do berço. Nasceu e cresceu na cidade, além de ter iniciado a trajetória musical no Conservatório Lavignac. Depois, com 20 anos, foi para São Paulo, mas nunca rompeu o vínculo com a região. Participou ativamente de vários movimentos musicais e fundou a Orquestra Jovem Tom Jobim, da qua foi regente por anos.


Nesta quinta-feira (13), às 21h, na Comedoria do Sesc Santos, Roberto Sion vem acompanhado da Big Band de Atibaia, grupo que criou há oito anos. O grupo é composto por 15 músicos bolsistas, que desenvolvem atividades semanais e realizam concertos mensais na cidade.


“Iniciaremos com uma homenagem à era de ouro das big bands, anos 1930, tocando um original de época, Chatanooga Choo Choo. Em seguida, o repertório segue com músicas brasileiras de Noel Rosa, Nelson Ayres, Manoel Sanchez, mescladas a arranjos de grandes mestres como Count Basie, Duke Ellington e Bob Mintzer”, adianta o maestro.


A proposta, segundo Sion, é trazer o resultado de oito anos de aperfeiçoamento que passou com os meninos, desde que foi convidado a iniciar tal trabalho. “Com muita satisfação, posso constatar que um trabalho semanal, contínuo e sério, pode chegar a resultados tão entusiasmantes em termos de progresso individual e coletivo. Quando lembro que era praticamente impossível formar uma Big Band há algumas décadas no Brasil, por falta de músicos e apoio, essa satisfação vem em dobro. Estamos no bom caminho”, vibra o santista.


Mais do que comemorar os feitos com a Big Band, Sion gosta de lembrar de toda a carreira na região. “Tenho uma doce dívida com o Conservatório Lavignac. Lá, desde criança, participei do coral e da bandinha Orff. Estudei piano, teoria, harmonia, dei minhas primeiras aulas de clarinete. Participei também do movimento Ars Viva, dirigido por Klaus D. Wolf, cujo coro cantava desde música renascentista até a vanguarda mais ousada de Gilberto Mendes e Willy C. de Oliveira. Um ambiente de descobertas e amizade permeou todos os anos que passei estudando lá”.


Para o maestro, Dulce e Adriana,mestras e diretoras do Lavignac, souberam conciliar o ensino tradicional de um conservatório com uma ampla liberdade de experimentar novos caminhos que a música propunha.


“A partir desse embasamento, toquei em muitos bailes. Em pleno período da bossa nova iniciamos uma série de concertos. Nosso grupo abria os espetáculos para artistas como Elis Regina, Edu Lobo, Tamba Trio, Claudete Soares, Walter Vanderley, Pedrinho Mattar e outros”.


Com o apoio dos pais, Sion e os companheiros foram às ruas para convidar o público para esses espetáculos. “Saímos distribuindo folhetos desses shows, na esperança que o público amasse o jazz e a bossa nova, como nós. E acho que isso foi muito importante para o movimento cultural da cidade. Muitos anos depois, o Bar da Praia, do amigo Eduardo Caldeira, continuou mantendo essa tradição”.


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