Day Rodrigues aborda os negros no audiovisual

Cineasta falará sobre as suas produções durante o encontro no Sesc Santos

Por: Guilherme Gaspar & Colaborador &  -  12/12/19  -  19:45
Cineasta falará sobre as suas produções durante o encontro no Sesc Santos
Cineasta falará sobre as suas produções durante o encontro no Sesc Santos   Foto: Val Lima / Divulgação

Filha de nordestinos e nascida em Santos, a cineasta, produtora e escritora Day Rodrigues estará nesta quinta-feira (12), a partir das 19h30, no Sesc Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida), para conversar com o público sobre a participação negra no mercado audiovisual do País. O evento é gratuito e integra o projeto Do 13 ao 20 (Re) Existência do Povo Negro.


Day, que participa de atividades do Sesc desde 2011, foi convidada para falar sobre suas produções audiovisuais, que seguem a temática da negritude, foco de seu trabalho há quatro anos. “Em um primeiro momento, estarei falando de quem sou, da minha raiz nordestina, que sempre custou caro para mim por não me encontrar em Santos”, revelou a cineasta.


Foi somente aos 27 anos que ela se deu conta de que a questão estava relacionada ao racismo da cidade, “que é institucionalizado como no resto do País”.


Para a produtora cultural, a grande dificuldade em trabalhar com o tema negro é que este nunca é visto como algo a ser pautado durante o ano inteiro. “Tudo ainda é muito restrito, falam sobre essa pauta em novembro, que é considerado o mês da Consciência Negra, mas esquecem nos outros 11”, refletiu.


Day acredita que o grande problema de Santos está na dificuldade em diagnosticar onde o racismo surge. Por isso, leva em conta o problema em encontrar práticas e políticas efetivas para falar melhor sobre o assunto.


“Em 2015, propus um debate e fui massacrada por muita gente. Hoje, de longe, pois moro em São Paulo, percebo que meus amigos têm um espaço maior, mas que ainda segue dentro de um grupo, não na sociedade”, criticou.


Próximos Projetos


Day Rodrigues segue finalizando os projetos que assumiu em 2019, entre eles uma residência artística e audiovisual para jovens negros na Capital. “Foi esse projeto que me abriu a possibilidade de falar sobre ser uma mulher de pele menos preta e não ser vista como negra pela sociedade”.


Já para o próximo ano, a cineasta pretende rodar um filme que trata de sua origem nordestina. “Quero entrevistar meu pai, que foi portuário aqui em Santos por mais de 40 anos. Também devo viajar para o Piauí, onde tenho família mas não convivência”.


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